quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Trechos de livros que já li

... "Dizem que a solidão é necessária para se alcançar a santidade. Esqueceram-se de que na solidão a tentação é maior." 
(Carlos Fuentes - Aura)

"Quero te dizer também que nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo dobra-se sempre às nossas decisões."
( Lygia Fagundes Telles - As Meninas)



"O amor tem seu instinto, sabe encontrar o caminho do coração, como o inseto mais frágil caminha para sua flor com uma vontade irresistível que nada assusta. Por isso, quando um sentimento é  verdadeiro, seu destino não é duvidoso."
(Honoré de Balzac; A Mulher de 30 anos)

"Era bom dormir nos braços de um homem, sentir o estremecimento do corpo, a boca a morder, num suspiro morrer... Dele gostava de um gostar diferente. Na cama para gemer, beijar, morder, suspirar, morrer e renascer. Mas também para dormir de verdade, sonhando com o sol, com o gato bravio, com a areia da praia, a lua do céu e a comida a fazer."
(Jorge Amado; 
Gabriela, cravo e canela)


"Já disse que as metáforas são perigosas. O amor começa por uma metáfora. Ou melhor: o amor começa no instante em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética."
(Milan Kundera; 
A insustentável leveza do ser)


"Que são minutos? Que são meses? Paixões de largos anos, chegando menos pela indiferença. O amor não é mais que um instrumento de escolha; amar é eleger a criatura que há de ser companheira na vida, não é afiançar a perpétua felicidade de duas pessoas, porque essa pode esvair-se ou corromper-se. Que resta à maior parte dos casamentos, logo após os anos de paixão? Uma afeição pacífica, a estima, a intimidade."
(Machado de Assis; Helena)



"O amor? Pássaro que põe ovos de ferro."

(João Guimarães Rosa; Grande sertão: veredas)



terça-feira, 12 de novembro de 2013

O que quiseres, mas o meu amor jamais!

Embora saiba
que me tens tão grande adoração
eu sigo a ordem
e essa é dada por meu coração
neste romance
existem lances sensacionais
mas te dar o meu amor, jamais
A gente ama verdadeiramente
uma vez
outras são puras fantasias

Transformando a negação em benção

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

No elevador do filho de Deus - Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Caçada - Chico Buarque



Não conheço seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheço imitando o seu grito
Me aproximo rondando a sua toca
E ao me ver você me provoca
Você canta a sua agonia louca
Água me borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raça
Pernas se debatendo e o seu fervor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador


Eu me espicho no espaço feito um gato
Pra pegar você, bicho do mato
Saciar a sua avidez mestiça
Que ao me ver se encolhe e me atiça
Que num mesmo impulso me expulso e abraça
Nossas peles grudando de suor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador



De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
Já conheço seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em pêlo
Dominante, não se desembaraça
Ofegante, é dona do seu senhor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador.

(Esta é a letra de uma canção que está num CD que eu adoro e ganhei de presente do homem mais gostoso do mundo... Acho uma das poesias eróticas mais lindas!)




Transar - Carlos Rodrigues Brandão

"Viúva e envelhecida
Teresa, a lavadeira
Sorri para si mesma e ao vento
enquanto põe na água do tanque
o teu lençol da noite de ontem
com alguns fios de cabelos claros
e manchas dos sucos de dois corpos.
Houve um tempo, ah, houve um tempo!
E ela pensa enquanto lava e lava:
quando meu lençol branco
já foi também assim também". 

(Poema extraído do livro Orar com o Corpo)


quarta-feira, 29 de maio de 2013

La petit mort (colaboração de Adriana Dias e Noites da Paixão)



Ah, Juliet Jaguar, uma mulher destemida, sem amarras, sem escrúpulos, sem pudores, sem limites. Mas a vida impõe limite a tudo. E no seu caso, seu limite veio em forma de excesso.
Eles, amantes há algum tempo, se encontraram para uma daquelas noites avassaladoras em que o amor transcende o teto do motel. À busca por sua pequena morte , como os franceses chamam o orgasmo “La petit mort”, ela não imaginava que seu fim seria com aquilo que a mais trazia prazer.
Como nunca soube dizer não, ela foi pega pelo laço da morte ao não se desvencilhar do grande jorro de esperma ejaculado por seu amor, seu amante, seu tudo. Ele que tinha chegado da Europa, trazendo acúmulo de sêmens, pois não tinha feito sexo com sua esposa – pois não foi à viagem, e nem tampouco com qualquer mulher durante a viagem, porque seus músculos só se enrijeciam para ela, sua Juliet.
Ela não pensou que naquele dia, uma quinta-feira fria do mês de maio, após tomarem um fino e raro Penfolds Block 42 Cabernet Sauvignon 2004, sua vida se esvairia. E olhe que o vinho raro é australiano e não italiano, espanhol ou português, como os que ele trouxe para sua esposa, de preços comuns. Este custou a ele e outros onze clientes, aproximadamente R$ 350 mil, mas Juliet valia esta loucura, afinal ela era a razão dele respirar.
Os afagos eram cada vez mais ardentes, para combinar com o vinho vindo do Novo Mundo. E ela veria o outro mundo dali alguns minutos. E lambe aqui, lambe ali, língua na orelha (uma das suas regiões erógenas mais apreciadas). Ele era um amante sedutor, caliente e com saudades.
Juliet,  ah, Juliet fazia proezas na cama, menos uma coisa: ejaculação na sua boca. Era uma despudorada, mas tinha nojo do gozo do amante, ou de qualquer outro homem. Mas neste dia ela sucumbiu ao pedido do seu grande amor, que lhe deu um presente de valor equivalente a uma casa: o sauvignon.
Gentilmente, ela que nunca dizia não a nada, disse não às suas próprias convicções. Soltou lá do fundo da garganta um sim com letras maiúsculas ao amado. Ele, quase não acreditando no que ouvia, se aprazia com a cena que via: a sua amada, toda linda, pronta para receber o que ele tinha de mais íntimo, dentro de si. Para ele era a representação de que jamais sairia dentro dela.
Ela não teve tempo de ter o orgasmo naquela noite. Ele sim. Ejaculou em sua boca de baton vermelho, ainda mais avermelhada pelo sugo da uva sauvignon. Tamanha voracidade que não foi possível escapar. Juliet sufocou com o jato de esperma e antes mesmo que seu amante conseguisse se recuperar da sua La petit mort, sua amada já não mais respirava. Morta de prazer em dar prazer ao seu amado.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

CONCURSO DE REDAÇÃO: A morte de Juliet Jaguar


Olá pessoal, há cinco dias exclui este blog por ter a plena convicção de que Juliet precisa morrer. Tentem me entender, ela tem me causado muitos problemas com seu temperamento impulsivo, irracional e, sobretudo, libertino. Juliet não sabe dizer não; tudo que ela quer é gozar o melhor da vida. Ela se entrega às suas fantasias, contudo depois, quem paga a conta do estrago sou eu, uma mulher limitada pelas continências da vida. Não sou capaz de acompanhá-la mais nesta aventura, lamento. Inicialmente, Juliet era meu alter ego. Realizava-me imaginando que eu poderia ser ela, mas esta experiência tem me gerado sofrimento. Estou há dias sem comer, sem dormir, sem praticar esportes e sem achar graça em nada. Tudo isso porque a maldita Juliet se deitou com o homem que eu mais amei em toda minha vida e o roubou de mim, definitiva e terminalmente. Nunca sofri tanto, quis morrer, quis matar. Juliet é uma desgraçada, uma vadia, uma vagabunda sem pudor algum. Ela transou com ele, sabendo de todos os nossos segredos, e fez com ele tudo que ela sabia que ele gosta, tu-do! Resultado: ele não quer mais saber de mim; está apaixonado por Juliet. Ontem eu enviei uma mensagem e ele não me respondeu. Devia estar gemendo com ela, derramando em seu corpo sua saliva, suor e esperma. Todavia, ele não sabe que quem dá vida a Juliet sou eu, sem mim não há fantasias e a vida se tornará tediosa. Sou eu que reinvento o amor, sou eu que poetizo a paixão, sou eu que perpetuo seus desejos de homem, não ela. Ela é só o reflexo das minhas vontades, quem o ama sou eu! Tenho vivido os piores dias da minha vida desde então. Não consigo mais escrever e só vejo filmes tristes, para chorar naturalmente. Este gravador que agora uso não grava a voz grave da dor do meu coração. Juliet me roubou o meu amor, o meu homem, aquele que me fez mulher. Eu a criei e ela me roubou a minha vida. Por isso exclui o blog, por desespero. Temi que, sem explicações, Juliet começasse a escrever de verdade, sem minha ajuda. Minha vida se tornaria um inferno, imaginem ela escrevendo sobre ele!? Depois da exclusão do blog, contudo, recebi várias mensagens de leitoras e leitores. Fiquei surpresa, pois não pensava que este blog representasse tanto para tanta gente. Parece-me que Juliet, além de ter me salvado por longo tempo da solidão e mediocridade da vida, conquistou também outras pessoas (além do meu amado). Disseram-me inclusive que seria mais digno matá-la, como fez Angeli com a Rê Bordosa, e não simplesmente excluir o blog e deixar os textos todos perdidos no limbo da internet, onde nunca mais ninguém poderá acessá-los. Considerei esta possibilidade e decidi promover um concurso de redação. A ideia é simples: os concorrentes deverão escrever um conto, com teor erótico, por meio do qual a personagem Juliet Jaguar encontrará a morte. Eu já tenho algumas ideias bizarras, pois a mim só interessa que esta maldita morra! As inscrições estão abertas, vamos lá, escrevam. Quem ganhar vai negociar o prêmio diretamente comigo!!! Hummmm....? O que acham desta proposta, de consolar uma mulher de ego e coração partidos? Agora que fui rejeitada e trocada por outra, sinto que preciso me dar a chance de experimentar novas relações. Espero ansiosa sua colaboração. Enviem as redações para juliete.jaguar@gmail.com. 
Beijos mil!   

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Imagens subliminares: o vão que fazem suas mãos

"Na cor do esmalte que você vai escolher
Só para as unhas pintar
Quando é que você vai sacar
Que o vão que fazem suas mãos
É só porque você não está comigo
Só é possível te amar"...





















"Na minha boca agora mora o teu sexo
É a vista que os meus olhos querem ter"




Quer saber quando te olhei na piscina
Se apoiando com as mãos na borda
Fervendo a água que não era tão fria
E um azulejo se partiu porque a porta
Do nosso amor estava se abrindo
E os pés que irão por esse caminho
Vão terminar no altar
Eu só queria me casar
Com alguém igual a você
E alguém igual não há de ter
Então quero mudar de lugar
Eu quero estar no lugar
Da sala pra te receber
Na cor do esmalte que você vai escolher
Só para as unhas pintar
Quando é que você vai sacar
Que o vão que fazem suas mãos
É só porque você não está comigo
Só é possível te amar...
Seus pés se espalham em fivelas e sandália
E o chão se abre por dois sorrisos
Virão guiando o seu corpo que é praia
De um escândalo, charme macio
Que o cor terá se derreter?
Que som os lábios vão morder?
Vem me ensinar a falar
Vem me ensinar ter você
Na minha boca agora mora o teu nome
É a vista que os meus olhos querem ter
Sem precisar procurar
Nem descansar e adormecer
Não quero acreditar que vou gastar 

desse modo a vida
Olhar pro céu só ver janela e cortina
No meu coração fiz um lar
O meu coração é o teu lar
E de que que adianta tanta mobília
Se você não está comigo
Só é possível te amar
Ouve os sinos, amor
Só é possível te amar
Escorre aos litros, o amor


(No Recreio - Nando Reis


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Chat com uma leitora


Olá, estou há dias pensando em escrever e não encontro mais palavras. É como se a inspiração fosse um pássaro desengaiolado e as letras de todos os poemas e canções de amor voassem livremente, de livro em livro. Afinal, com tantos escritos belos por aí, o que me resta escrever sobre o sexo e o amor? Partículas, partituras, pinturas e poemas, tudo quanticamente coeso numa só energia cósmica. E parece-me até que nesta noite a inspiração veio fazer visita e que, se eu quisesse, comporia um soneto. Mas, desculpe-me, estou bastante cansada e no máximo farei um relato de um diálogo interessante entre mim e uma leitora. Sim, a grande imprevisibilidade da vida fez com que Juliet se transformasse em conselheira para assuntos afetivossexuais. Foi assim: 

Ela me contou que amou e foi amada por três anos. Declarações de amor nas redes sociais com fotografias lindas e tudo que se tem direito. Foi enrolada, traída, humilhada, perdeu todas as fichas que apostou, perdeu até dinheiro. Fogosa, não quer ficar sozinha. Mesmo com o coração machucado, começou a namorar outro poucos meses depois do estrangulamento da separação. Pelo que entendi, ela é do tipo de pessoa que vive um luto de sete dias, ou então espera o próximo quinto dia útil, e sai à caça. Faz piada com isso, alegando que foi criada em família cristã onde desde menina ouvia que era preciso ter amor ao próximo, já que o anterior não tinha dado certo. Assim, foi ao próximo.

Rapaz mais jovem que seu anterior "namorido", menos experiente, portanto, menos avassalador na cama. Resumindo, me contou que o cara está apaixonado, a levou para a praia no fim de semana (ela mora em Minas e ele em São Paulo), mas que falta algo na relação. Ela reclama que não deveria reclamar de nada, mas que não está feliz. Abaixo reprodução do diálogo:

< Ai, Juliet, não sei, mas eu não gozo como tem que ser. É bom, mas o outro ainda é insuperável. O filho da puta me queria toda hora, ligava no meu trabalho pedindo para eu arrumar uma desculpa e sair pq me queria naquela hora>

< Humm... Isso é bom, a gente se sente a mulher mais gostosa do mundo >

< Vdd. Eu me sentia única com ele, parecia que nós dois nunca íamos nos separar, que era perfeito. Ahhh ele me pegava de um jeito, o filho da puta!!! Era com gosto, com vontade, meu deus, não consigo esquecer. Não amo ele mais, não quero mais, mas lembro muito e comparo. Daí fico infeliz com o atual > 

< Vc pensa nele na hora que está dando pro atual? >

< Penso, acredita? E fico desesperada querendo que um milagre aconteça e eu goze como gozava com ele, aquele cachorro sem caráter. Será que mulher gosta de homem que não presta? >

< Pois é! Já que você tá me fazendo uma pergunta, vou te perguntar mais umas coisas, mas responde se se sentir à vontade, tá. Deixa o que passou passar. Sei que é difícil, mas vamos tentar este exercício. Vire a página por uns instantes e se foque no atual. Ele te chupa? >

<Chupa, ele fica um tempão me chupando, fala que gosta do meu cheiro. Ás vezes, ele enfia a mão na minha calcinha do nada para sentir meu cheiro. Só que o problema é que chupa muito desesperado, suga muito forte e me incomoda >

< Precisa falar isso para ele, explicar como você gosta >

< Eu falo, o problema é este! Eu fico falando o tempo todo: "ai calma, tá me machucando, faz mais devagar" >

< kkk... Desculpe, mas é engraçado. Com tanta coisa gostosa para dizer enquanto alguém chupa a buceta da gente, falar isso é inaceitável >

< Então, e vc acha que eu gozo assim? >

< Entendi... Tenho outra pergunta... Agora, pensando no seu ex, me diga se compara os paus dos dois >

< Ai Juliet, vamos lá. O Ian (meu atual) tem 1,90 de altura, então o pau dele é enorme perto do daquele filho da puta que nem quero falar o nome >

< Hummm eu não sabia que altura e tamanho de pau são diretamente proporcionais!!! >

< Acho que sim, pelo menos é o que vejo. Só que mesmo assim, o ex me comia melhor. Eu tento fazer posições e dar ritmos para ver se a coisa flui do meu jeito, mas aí o bichinho fica acabado. Ele não aguenta muito tempo. É que eu sou muito fogosa, sabe >

< Pode apostar que sei rs rs rs rs >

< E ai, o que você acha? >

< Do que? >

< Desta história que te contei, uai. Eu to perdida, não sei o que fazer. O meu ex já está com outra, deve falar eu te amo igualzinho falava pra mim, ele não tem sentimentos, é um falso filho da puta desgraçado. Mas eu não to feliz com meu namorado... >

< Acho que você tem de tudo para se achar a mulher mais sortuda do mundo. Se livrou de um babaca, galinha, ignóbil (adoro poder usar esta palavra adequadamente) e desprezível. Além disso, está com um cara que te levou para ver o mar, te comeu na trilha da cachoeira, chupador de buceta e pauzudo! O cara tem o pau maior que do seu ex! Vc acha isso pouca coisa? Já pensou se o cara tivesse uma rola de nada? Ai sim vc poderia dizer que seu ex é insuperável. Presta atenção: vc tá com um cara legal, que tá disposto a chupar sua buça demoradamente e que tem um pau gostoso. O resto, minha filha, é questão de tempo, treino e, sobretudo, encaixe! >

< Com o tempo quem sabe melhora, né? To mais calma agora. Obrigada Juliet, vc foi mais que uma amiga, foi uma conselheira. Não tenho grana para fazer terapia, mas se tivesse grana não faria terapia, iria para a Europa ou para Natal passar umas semanas. Duvido que rico tenha crise conjugal, é só viajar nas férias e tudo se ajeita. Que rotina resiste a Paris, Veneza, Milão? Lua de mel na certa. Eu não, amiga. Posso te chamar de amiga né?  Eu preciso trabalhar duro para sustentar dois filhos sozinha porque o pai não me perdoa até hoje da separação e vive atrasando a pensão. Eu deixei ele por causa do meu ex filho da puta >

< Falando nisso, a sessão acabou. Preciso sair. Mais uma coisa: enquanto você não parar de pensar no ex não vai rolar do jeito que é bom para você. A gente goza é com a cabeça de cima. Tente relaxar e não fazer comparações entre um e outro. Ás vezes vc pode estar pensando que o rapaz não tem pegada, mas na verdade é você que não está deixando fluir. Beijos, dê notícias sempre. To na torcida, seja feliz >

Depois fiquei pensando: esta mulher está perdida! O ex pode ser um canalha, mas se na cama a enlouquece é difícil esquecer. Não acredito que um amor se cure com outro. Alguns amores são mesmo incuráveis. Não há tempo, nem distância, nem outra pessoa que nos faça esquecer. Porque o que faz falta não é propriamente o corpo, a pegada, o beijo, o cheiro, a voz... Saudade não é um sentimento do corpo; é da alma. Erótica é a alma (Adélia Prado), pois nela processamos as nossas fantasias. Sentir saudades de alguém que desperta nossos desejos é desencontrar-se de si mesmo. É como se faltasse uma parte da gente que só naquela outra pessoa específica encontrava possibilidades de ser

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Confissões de uma leitora


Sobre o texto publicado neste blog com o título "A Língua Lambe ou a Milenar Arte de Lamber Buça", uma leitora fez o seguinte comentário que publico na íntegra:

"É verdade J. Muitos adoram ser chupados, mas sempre fogem de fazer o mesmo conosco. Certa vez, há pouco tempo atrás inclusive, eu estava saindo com um moço por quem eu sentia um tesão imenso. Não sei de onde vinha aquilo. Ele não era o cara que mais tinha me dado tesão, no entanto era o cara por quem eu mais havia sentido tesão até o momento. E eu tenho 38 anos e já transei bastante... Eu cheguei achar que era um lance espiritual que rolava entre nós. Meu santo batia com o dele de uma forma louca... Então pra mim chupá-lo e ver o prazer que ele sentia era maravilhoso. E era maravilhoso não apenas sentir o tesão dele e perceber que eu era provavelmente a que melhor fizera isso nele, mas simplesmente chupá-lo era pra mim o grande prazer do meu gozo. Sem contar que eu achava o pau dele lindo – o restante do corpo nem tanto –, o tamanho ideal... Ele foi o primeiro e até agora único que eu pedia pra gozar na minha boca. Eu queria senti-lo inteiro dentro de mim, queria bebê-lo, engoli-lo, uma coisa louca. Mas ele, no machismo tacanho dele, deitava-se literalmente com os braços sob a cabeça, chamava a sua tigresa pra lhe sugar, se contorcia de prazer, mas qdo eu lhe pedia o mesmo ele dizia (você não vai acreditar): hein? Han? Tipo: é comigo? Pois é, o bonitão adorava ser sugado, mas não gostava – ou se mostrava mto preguiçoso – pra fazer o mesmo. Paralelamente a ele eu saía com outro cara. Um moço colombiano que fazia o melhor sexo oral do mundo! Aff... Uma vez ele me chupou tanto quando acordamos pela manha que me disse que a língua dele tava dormente. No entanto, continuava, continuava, continuava... até eu gozar, gozar, gozar. Uma loucura! Mas o cara tinha um pau super pequeno. Qdo ele me metia em algumas posições – e ele sabia fazer isso bem – eu adorava, mas eu sentia uma aflição imensa em pegar no pau dele... era pequeno demais... Mas como ele sabia compensar, o orgasmo com ele era certo. Eu perguntava pra ele se ele chupava assim todas as mulheres com quem ele trepava, que ele devia fazer isso, pq elas mereciam, que muitas mulheres mereciam passar pelas mãos, ou melhor, pela boca dele. Mas ele me olhava com um ar apaixonado e desapontado e dizia que fazia daquele comigo, porque eu o estimulava a ser daquele jeito. Ô meu deus... Bem, até que eu comecei a me sentir estimulada a retribuir as chupadas no pau dele. E aí ele quase ficou louco. Mais aí ele me escreveu uma carta de amor e eu não tava apaixonada por ele... Fiquei foi apaixonada pelo cretino que não me chupava... Bem, depois da carta (muito linda por sinal) eu vi que continuar aquela história com alguém que tava apaixonado por mim não era legal. Não acho que devemos ser levianos com os sentimentos das pessoas e resolvi cair fora. Pelo outro permaneci apaixonada por uns tempos, até que resolvemos nos afastar e tudo passou. Mas a questão dessa história toda (uma delas) é que realmente tamanho não é tudo. Um tinha um pau pequeno pra caralho (pra pouco caralho), talvez o que lhe obrigou a aprender a usar outras partes do corpo dele e a mexer em outras partes dos coros das mulheres com quem ele transava. Claro que eu percebia nele um gosto pela coisa, porque dava pra ver o prazer com que ele fazia tudo aquilo. Também seria foda pra ele, se além do pau pequeno não gostasse de fazer outras coisas... aí ele estaria lascado... O outro, por sua vez, talvez por achar que seu pau era tudo – como a grande parte dos homens – achava que só meter bastava. Tanto que preliminares com ele era mais raro... A desculpa (cretina) era que eu era mto gostosa e que ele não agüentava, tinha que me meter. Bem, o besta tinha ao lado dele uma mulher gostosa pra caralho, que lhe dava o maior tesão, mas para a qual ele não era capaz de retribuir e então ela adormecia nos seus braços apaixonada, mas insatisfeita sexualmente... Bem, histórias. Tudo acabou e agora já tem um moço novo que dorme comigo pelo menos umas quatro vezes por semana... Essa história, que tá muito boa por sinal, deixo pra outra vez...". 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Segredo - Javier Landini




     "De fora, viam-se as janelas escuras embaçadas como se inverno fosse, apesar de verão. Era meia-noite. À uma da matina continuavam como tais. Nenhuma luz interna, apenas movimentos, em duo sombreado, limitados pelo espaço. Dito espaço interno. Foi-se assim às duas e às três. Próximo das quatro, sem deixar a aurora florir, findam sobre quatro rodas malabarismos azeitados por suores e salivas.
    Vidro fumê embaçado é incógnita em dupla camada. Quem viu? Quem soube? Quem fez." 







Imagens do Google

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Apaixonite Aguda


Quando estou longe
Quero ficar perto
Quando estou perto
Quero ficar dentro
Quando estou dentro
Quero ficar mudo
Quando estou mudo
Quero dizer tudo.

(Itamar Assumpção)




Bate Papo com um leitor


Ele: _ Julietttttttt! O blog tá sem novidades, que houve?

Eu: _ Tô sem inspiração...

Ele: _ Eu te inspiro, te aspiro, cheiro, lambo, chupo e beijo

Eu: _ Hummmmm...

Ele: _ Qdo nos encontrarmos Juliet, vou (...)

Eu: _ A gente não vai se encontrar.

____________________________

Eu: _ Sou apenas projeção das fantasias das pessoas, das suas inclusive. Eu não existo.

Ele: _ Mas, quem te criou existe. Ela faz tudo que Juliet sabe fazer, não?

Eu: _ Num sei, teria que perguntar a ela.

____________________________


Eu: _ Então, você vai meter gostoso pra dentro qdo nos encontrarmos, é? Hummmmm... Gostei!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Trai meu marido com um pintor pintudo



Eu nunca entendi esta história de infidelidade masculina versus fidelidade feminina. Veja bem, é uma questão estatística. No último Censo existam 52% de mulheres e 48% de homens, ou seja, diferença mínima. Para ter sexo é necessário duas pessoas e como a população é equilibrada entre os sexos, a quantidade de infidelidade é igual entre ambos na média. Por que só agora descobrir que mulheres traem também?
Sou uma mulher cabeça aberta, mas nunca suportei um “relacionamento aberto”, em que as pessoas têm ciência das traições um do outro. Sei que isso parece depravação, mas prefiro mil vezes fazer sexo a três do que imaginar que o meu homem está na cama com outra, desfrutando de um prazer do qual não podemos compartilhar. Mais de um namorado se aproveitou dessa minha concessão e realizou a fantasia sexual da maioria dos homens, que é transar com duas mulheres ao mesmo tempo. Acho que o interessante é experimentar simultaneamente como é transar com alguém com quem temos vínculos de afeto e com outro até então desconhecido, ou neutro emocionalmente. Sou orgulhosa desse meu comportamento por ver nisso mais doação do que levianismo. O grande prazer que tenho é dar este prazer ao homem. Sem contar que tenho, no mínimo, precedente para pedir a ele que vá para cama comigo junto com outro cara. Se é para ser fantasia, não existe limite e eu posso tudo. Menos dizer que tenho certeza das traições do meu marido, porque combinamos que, acima de qualquer coisa, jamais seríamos inimigos, nem amigos.
Acho o fim estes casais que comentam experiências, ainda que sejam anteriores. Eu me sentiria como se fosse um amigo de boteco se o cara algum dia me contasse que saiu com uma profissa deliciosa! Há detalhes que são desnecessários dizer e indigestos de ouvir. Aliás, admiro muito meu marido por nunca ter deixado pistas de suas aventuras e, desde que ele não me deixe “na mão”, faço vistas grossas. Prefiro assim.
Dias atrás, uma amiga me contou que seu namorado confessou sair com outras mulheres de vez em quando, mas que nenhuma experiência foi à altura do que eles vivem na cama. Ela achou isso uma linda declaração de amor; eu fiquei chocada. Fosse eu, daria um tapa na cara do cachorro e nunca mais!
Em quase quinze anos de casamento, já trai meu companheiro algumas poucas vezes e só contei à minha terapeuta. Naturalmente, já convivi com sentimentos de culpa, afinal ele é tão dedicado à família, um pai carinhoso, um marido tão bom. Nunca sequer pude reclamar da nossa vida sexual, temos um entrosamento perfeito. Mas de uns tempos pra cá sinto que ele não tem dado conta de me satisfazer. Eu quero sexo uns cinco dias na semana e ele só tem me procurado (aliás, sempre achei que o linguajar popular se equivoca usando “procurar” em detrimento “de encontrar” para se referir ao interesse sexual de um para com o outro), enfim ele me encontra apenas uma ou duas vezes a cada dez dias. Calculo quantas trepadas perdemos este ano e deduzo que ele com certeza tem outra. E quem tem outra, tem outras! Ninguém pode trepar tão pouco! Li em “Ensinamentos Sexuais da Tigresa Branca” que uma mulher saudável precisa ter em média 1.700 parceiros sexuais durante a vida para desenvolver sua feminilidade intensamente, física e espiritualmente falando. Salvo o exagero, gostei da ideia de ter mais parceiros sexuais.
O problema é que moramos numa cidade pequena e eu temo muito, sobretudo pelos meus filhos, ser taxada de mulher sem vergonha por este bando de mulherzinhas pudicas. Aqui todo mundo sabe de tudo e não adianta muito ir até as cidades vizinhas, a fofoca sempre chega. Veja este exemplo assustador: uma amiga foi comprar roupas em Ribeirão Preto e a vendedora, ao saber que ela é daqui disse: “temos uma grande cliente desta cidade, a fulana”. A moça, sem dó nem piedade, completou: “uma que tem um marido loiro e um namorado moreno...”. Na festinha seguinte, regada a vinho espumante, enquanto as crianças brincavam com alegres monitoras e os maridos tomavam cerveja sentados numa mesa apartada, o caso foi anunciado em tom de peripécia. Dei risada como se tivesse ouvido uma piada pela segunda vez e fiquei só observando as reações das minhas amigas, excitadíssimas.
Havia nitidamente um peso moral nas falas, um julgamento acerca de algo pecaminoso. Observei que as mais pudicas são as que mais mordem os lábios enquanto escutam os detalhes da história que, a esta altura, já foi contada e recontada. E se chega outra mulher para se despedir é convidada a sentar e ouvir a última fofoca. Percebe-se que o prazer maior é comentar e ficar ali imaginando como devem ser as aventuras sexuais alheias. Todas da mesa conectadas ao mesmo assunto, e que delícia este assunto não ser culinária, escola, balé e férias. Mulheres adoram falar do sexo que praticam, mas amam saber o que as outras fazem ou não fazem.
Eu estava sozinha no apartamento, um calor apocalíptico, camisolinha de algodão, aspirador de pó ao invés de ventilador. Gosto das janelas sempre abertas, mas sou muito distraída. Quando nos mudamos para cá, filho bem pequeno, meu marido cantarolava com freqüência “ai como esta moça é descuidada, com a janela escancarada...” e eu, muito distraída que sou, demorei algum tempo para perceber que estava me mandando um recado. E quando eu perguntei se não tinha ciúmes de alguém me ver seminua ele me apertou: “fico lisonjeado de saberem que uma mulher dessa é só minha”.
Uns homens estão pintando todo o prédio, inclusive as janelas. De costas para a janela, limpando o sofá com o aspirado, fui atraída pela presença de uma outra pessoa praticamente levitando no meio da minha sala.
Dependurado por cordas e sentado em uma cadeirinha, como estas de rapel, era um rapaz de boné, capacete de proteção, botas sujas de tinta. Era evidente o volume do seu pênis apertado entre as cordas. Há quanto tempo estava ali me olhando? Fiquei meio abobalhada pensando nas palavras pintor pinto... pintor pinto... pintor pinto, como se os sons das palavras, feito mantras, me conduzissem a uma outra dimensão. Ele me olhava enfeitiçado, eu muito bronzeada e desprevenidamente seminua dentro da minha própria casa. Foi uma eternidade até que ele se desculpasse com palavras desconexas e eu sorrisse entre envergonhada e insinuante. Tentando tirar os olhos das minhas pernas, ele explicou que ia pintar a janela da sala e que eu precisaria fechá-la. Não sei explicar que poderosa força me dominou no instante em que decidi pedir que fechasse ele mesmo a janela, mas que antes descesse ao chão.
Como uma mãe de família encontra dentro de si a capacidade de contar o que depois se sucedeu? Não posso contar isso às minhas amigas, por isso escrevo neste blog, para não esquecer, para reviver cada detalhe, para gozar mais uma vez com a certeza de ser desejada sem antecipação e ou adiamento.
Ele não resistiu, se desprendeu e entrou na sala pela janela. Em seguida, a fechou. Veio em minha direção como um cão faminto, o pau quase estourando dentro da calça, e enfiou as mãos ásperas entre minhas coxas. Eu não demonstrei insegurança, ao contrário, levei sua mão até minha xaninha e a esfreguei. Sentindo-me toda molhada ele enfiou os dedos por baixo, levantando levemente meu quadril tamanha força de seus braços. Comecei a gemer e a rebolar em seus dedos, enquanto sentia sua outra mão em meus seios apertando-me com violência. Abri o zíper de sua calça jeans velha e seu pau enérgico quase voou em minha direção.
Não tive tempo nem chupá-lo como tanto desejava, pois o rapaz me virou de costas e foi logo dizendo: “você é uma putinha mesmo, uma putinha muito gostosa. Vive sem calcinha para ser fodida a qualquer hora, né, dona? Agora você vai ter o que merece”. Eu apoiei minhas mãos no sofá e empinei o quadril. Ele deu uma lambida longa desde a minha xaninha até meu traseiro e, como por instinto, deslizou para dentro de mim seu pau grande, quente e duro. Minha excitação era tanta que com poucas bombadas bem dadas senti vindo o primeiro orgasmo, e gemi alto.
Ele continuou a socar em mim num ritmo intenso, apertando com as mãos meus seios. Eu esfregava meu clitóris com uma mão e empinava a bunda para sentir aquela pica deliciosa me preenchendo bem no fundo. Assim, gozei mais uma vez a tempo de ouvir meu pintor lindo dizer que queria esporrar na minha cara. 
Ajoelhei-me e comecei a lamber suas bolas; ele batendo punheta rapidamente, estremecendo-se à minha frente. Quando vi que ele ia ejacular, abocanhei a cabeça do seu cacete e chupei com vontade. Sua porra escorreu abundante por entre meus dentes, lábios, queixo e pescoço e me senti meio envergonhada, meio triste, meio insípida, insignificante e tola. Senti-me, sobretudo, miseravelmente infeliz numa cidadezinha provinciana. Ele beijou-me a boca, forçando a língua contra a minha e disse, antes de sair pelo mesmo lugar que entrou: "agora vou terminar de pintar a janela da sala, mas amanhã pintarei as dos quartos e quero você de novo, todinha nua, me esperando". Lançou sobre mim um olhar apaixonado e doce, um olhar cheio de promessas de prazer. Eu, porém, sou covarde e previ nisso um perigo grande. Nos dias seguintes, deixei as janelas fechadas. Fui a vários médicos, massagista, dentista, visitei parente, voltei pra academia, fiz compras desnecessárias e quase não fiquei em casa. 




"Ela estava em Paris quando tinham enforcado um radical russo que havia assassinado um diplomata. Morava em Montparnasse, frequentando os cafés, e seguira o julgamento apaixonadamente, como todos os seus amigos, porque o homem era um fanático, dera respostas dostoievskianas às perguntas que lhe fizeram e a tudo enfrentara com grande coragem religiosa.
Naquele tempo, ainda se executavam as pessoas que tivessem cometido crimes mais graves. A execução, geralmente, tinha lugar de madrugada,quando não havia ninguém nas ruas, em uma pracinha perto da prisão da Santé, onde ficara a guilhotina no tempo da Revolução. E não se poderia chegar perto demais, por causa da polícia. Poucas pessoas assistiam a esses enforcamentos. Mas, no caso do russo, com tantas emoções agitadas, todos os estudantes e artistas de Montparnasse, os jovens agitadores e revolucionários, decidiram assistir. Ficaram acordados a noite toda, bebendo.
Ela esperara com eles,embebedara-se com eles e ficara em um estado de grande excitação e medo.Era a primeira vez que ia ver alguém sendo enforcado.Era a primeira vez que ia testemunhar uma cena repetida tantas e tantas vezes durante a Revolução.
Com a chegada da madrugada, a multidão deslocou-se para a praça e se colocou em um círculo, o mais perto do partíbulo que o cordão de isolamento sustentado pela polícia permitiu. Ela foi empurrada até um ponto que ficava apenas a dez metros do local do enforcamento.
E lá ficou, comprimida de encontro à corda da polícia, observando com fascinação e terror. Logo um movimento daquele povo todo a deslocou de onde estava, mas, mesmo assim, continuou podendo ver, na ponta dos pés. As outras pessoas a esmagavam de todos os lados. O prisioneiro foi trazido com os olhos vendados. O carrasco ergueu-se, à espera. Dois policiais seguraram o homem e, lentamente, conduziram-no pelos degraus da escada.
Naquele momento, ela percebeu que alguém a apertava bem mais que o necessário. Excitada e trêmula como estava, aquela pressão não era desagradável. Seu corpo ardia em febre. De qualquer modo, dificilmente conseguiria se mover. Estava de blusa branca e com uma saia que abotoava de lado, como era moda então - uma saia curta e uma blusa através da qual se podia ver que sua roupa de baixo era cor-de-rosa e se podia adivinhar o formato dos seus seios.
Duas mãos a envolveram pela cintura e ela pôde sentir distintamente o corpo de um homem, o desejo dele duro de encontro às suas nádegas. Conteve a respiração. Seus olhos estavam fitos no homem que estava por ser enforcado, o que lhe tornava o corpo dolorosamente nervoso. Ao mesmo tempo, as mãos alcançaram os seus seios e os apertaram.
As sensações conflitantes que a invadiram deixaram-na tonta. Não se moveu,nem virou a cabeça.Os botões de sua saia foram descobertos por uma curiosa mão.E cada botão desabotoado fazia com que suspirasse ao mesmo tempo de medo e alívio. A mão esperava para ver se ela protestava,antes de prosseguir em sua tarefa. Ela não se moveu.
Depois, com uma destreza e uma rapidez que não esperara, as duas mãos giraram sua saia de modo a fazer com que a abertura ficasse voltada para trás. Imprensada no meio da multidão, tudo o que pôde sentir foi um pênis sendo lentamente enfiado pela abertura de sua saia.
Os olhos dela permaneceram fixos no homem que ia subindo as escadas do patíbulo e, a cada batida do seu coração, o pênis avançava um pouco. Passou pela saia e deu um jeito de se introduzir por dentro das calcinhas. Como era quente, firme e duro de encontro à sua carne! O condenado foi detido em cima do cadafalso e a corda foi passada em seu pescoço. O sofrimento por observar aquilo era tão grande que transformava aquele contato em algo humano, cálido, reconfortante, um verdadeiro consolo. Aquele pênis latejante entre as suas nádegas lhe parecia uma coisa maravilhosa em que se podia amparar, um símbolo de vida, enquanto a morte se desenrolava à sua frente...
Sem dizer uma palavra, o russo inclinou a cabeça para acomodar o laço. O corpo dela tremia. O pênis avançou por entre as dobras macias de suas nádegas, abrindo inexoravelmente o caminho por dentro de sua carne.
Ela palpitava de medo, e era como um tremor de desejo. Quando o condenado foi lançado no espaço e na morte, o pênis deu um grande salto para dentro dela, despejando os jatos de sua vida quente.
A multidão esmagou o homem de encontro a ela, que quase não podia respirar. Quando seu medo se transformou em prazer, no selvagem prazer de sentir a vida enquanto um homem estava morrendo, ela desmaiou.

(Anaïs Nin - A Mulher da Duna; Pequenos Pássaros)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ele gosta de mulheres com falo no meio das falas 

com palavras que pingam e frases que entram rasgando

ele gosta de mulheres que fodem com as regras de gramática

que comem letras quando estão gozando...


segunda-feira, 1 de abril de 2013


"Ela não podia esperar. Tinha que voltar correndo para ele, como antigamente. Toda molhada do amor que fez com outros homens".

(Anaïs Nin - Pequenos Pássaros)

Essas mulheres...



"Fosse como fosse, todo o corpo de Bijou era guiado apenas pelo erotismo, por um gênio que expunha todas as expressões do desejo. Posso lhe dizer que era indecente. Era como fazer amor com ela em público, em um café, na rua, diante de todo mundo.

                                                      

As mulheres que são totalmente sexuais, com o reflexo do utero em seus seus rostos, que despertam no homem o desejo de penetrá-las imediatamente; as mulheres cujas roupas são apenas um recurso para tornar mais proemimentes certos pedaços do seu corpo, como mulheres que usamvam anquinhas para exagerar o traseiro, ou as que usavam corpetes para lançar os seios para fora das roupas; as mulheres que atiram o seu sexo em cima de nós, a partir do cabelo, olhos, nariz, boca, o corpo todo - são essas as mulheres a quem amo. (Anaïs Nin - Pequenos Pássaros)

Mais ais...



             Excitação maior que despi-la? É livrá-la do óculo. Mais nua de estar sem óculo que sem roupa. (Dalton Trevisan)

Teu Cu - Javier Landini


Buraco negro de duras amarras
como um diafragma para mim pisca
e suplica uma enterrada

Seco e com sede
recebe beijo cuspe
toque massagem bolinagem

Com calma, cuidado e tesão
primeiro ao dedo cede
depois ao pau grosso concede

A pequena funda se dilata
a dor rasga e lateja
Mas um prazer doído
logo sucede
e assim permanece

Nele monto me equilibro deslizo
Ponho tiro enfio
Enterro arregaço machuco
Suo canso tiro

E você sente um vazio

Sem descanso
outra vez suplica
empina o rabo
e com as mãos o arreganha

Sem esforço
minha pica tesa reenche
teu cu de prazer doído
e de alegria abundante.


(Javier Landini é crítico literário, compositor, pesquisador científico e poeta, um dos mais venerados homens de sua época. Considerado o melhor e maior expoente da poesia erótico-amorosa escrita em Língua Portuguesa, foi indicado para o Prêmio Bundamor por três anos consecutivos)