quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O erotismo, os erotismos (Ilustrações: Vik Muniz)

Obra do artista brasileiro Vik Muniz, entitulada Torso.

L'origine du Monde, impressão em gelatina e prata de Vik Muniz

Obra de Vik Muniz apresentada na abertura da novela brasileira Passione
O corpo como paisagem e o desejo erótico como mobilizador do mundo são temas abrangentes que, para além das generalizações e tabus que pesam sobre o conceito de erotismo, evidenciam o sentido universal do amor/sexo.
Num mundo fragmentado, onde cada um de nós exerce funções específicas, a depender do lugar em que atua e das pessoas com as quais se relaciona, a ideia de persona se multiplica e ao mesmo tempo se divide, sob o peso das pressões econômicas, políticas e existenciais.
Só o erotimo nos une! Só ele pode juntar todos os nossos fragmentos, transformando nossas dores em alegrias e nossos suplícios em mistérios gozosos. O erotismo, quando canalizado artisticamente, recria uma versão de origem do mundo que é também uma visão do homem, em seu sentido amplo. 
A intersecção entre erotismo e arte agrega porque fala de desejos humanos. Expressa sentimentos que são de todos (tomara!) os seres humanos maduros diante da vivência mais sublime que nossos corpos já foram capazes de juntos alcançar: o gozo sexual.
Apesar de ser um tema subjetivo, ou seja, cada um goza com o que gosta, o erotismo é um movimento universal cuja força transformadora é capaz de unir mais que corpos e conceitos; ele pode unir vidas e explicá-las. 
Para finalizar esta reflexão, pensemos que existem vários erotismos. Há, por exemplo, o erótico que choca e o erótico que romantiza; o erotismo óbvio e o erotismo subliminar; há pulsões eróticas que geram violência e há aquelas que despertam amor entre as pessoas. Contudo, no abrangente e fragmentado universo dos desejos humanos, a realização erótica pode ser mais que uma utopia, pois junta as partes que Platão diz separadas e dá ao homem/mulher a sensação de plenitude imaterial, sendo algo belo e ao mesmo tempo sublime.  

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