terça-feira, 21 de agosto de 2012

Casa, sexo e Skype


Karla estava na Inglaterra, bem longe de casa. É doutora em Sociologia e participava de um Congresso Internacional de Comunicação e Ciências Sociais, em Cambridge. Trinta e seis anos, morena, cabelos lisos, seios fartos, uma bela bunda empinada, estatura mediana, típica brasileira boazuda, porém recatada. Casada com Marcelo desde o mestrado, há onze anos, Karla costumava viajar sozinha para apresentar sua pesquisa em universidades de todo Brasil e até de outros países.  
Após a abertura do congresso que reunia toda sorte de pesquisadores de várias nacionalidades, a primeira apresentação em seminário foi de uma mulher romena. Seu trabalho era pensar como a tecnologia alterou as relações entre migrantes romenos na Europa contemporânea. A intelectual começou com a discussão do conceito de “casa”, uma vez que os romenos deixavam o Skype ligado para conversar com os parentes à distância enquanto realizavam suas atividades domésticas e cotidianas. Segundo a romena, os migrantes lavavam louça, limpavam casa, assistiam televisão e faziam até festas de aniversário com o parente do lado, na telinha do computador. Em síntese, com a popularização do Skype, a “casa” ganhava outra dimensão de compartilhamento da intimidade, a despeito da distância geográfica. Karla lembrou-se de uma amiga que contou sobre “transar” pelo Skype e ficou pensando que, com a tal comunicação erótica, a “cama” também pode ser compartilhada.
Ao fim das apresentações e perguntas, Karla recusou convites para um drink e foi direto para o hotel. No caminho, enviou um torpedo ao marido para que ele entrasse no skype em uma hora. Ela sentia seu coração palpitar acelerado e andava rápido como quem precisa fazer algo antes que perca a coragem. Como não tinha levado nenhuma lingerie especial, Karla passou numa loja feminina e comprou o mais ousado conjunto de calcinha e sutiã que encontrou. No hotel, depois de um banho rápido, se trocou e se maquiou, deixou os cabelos soltos e vestiu o único sapato scarpin que levara. Por cima de tudo, um roupão surrado.
Ligou o notebook. Marcelo já estava online. Chamada com vídeo. Sentiu o calafrio que precede o prazer de realizar algo inédito e, por que não dizer, indecoroso. Depois de uma conversa trivial sobre os acontecimentos cotidianos, sem mais nem menos, Karla se levantou e tirou o roupão. Estava de costas para o computador, calcinha fio dental preta. Sapato de salto deixa a bunda ainda mais empinada, o melhor ângulo. Fez o que vinha ensaiando mentalmente desde que teve a louca ideia: pôs as duas mãos nas nádegas e apertou-as com força, rebolando. Escutou as exclamações desconexas do marido e abaixou-se toda regateira para olhá-lo. Os olhos do homem estavam vidrados, sorriso largo na boca, excitação total.
Karla fez menção de esfregar os seios no monitor, mas refugou. Toda exibida, mostrava a lingerie passeando as mãos na barriguinha e nos próprios seios. Olhando fixamente para o marido, remexia o corpo como se dançasse coladinha a alguém. Ele parecia não acreditar que aquele mulherão era sua esposa; estava visivelmente excitado, inquieto e com o rosto grudado na tela. Provocante, embora sem muita prática, ela fez um strip rudimentar, mas suficiente para deixar Marcelo com desejos de se teletransportar até ela. Karla sentou-se numa poltrona, pés bem separados um do outro, pernas apartadas. Afastou a calcinha nova e deixou à vista os pelos pubianos. “Amor, queria que minha bucetinha fosse a sua casa...”, e bateu de leve a palma da mão no seu sexo virtualmente exposto.    


     

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