segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ponto de vista masculino


Hoje imprimi este seu poema e acabo de relê-lo deitada em minha cama, aqui mesmo onde você se deitou, onde você me comeu, onde me encoxou, me despiu, me lambeu... Estou do jeito que você gosta: com uma camiseta bem grande e sem nada por baixo. A camiseta é sua! A mesma que vestiu, que suou, a mesma com que me abraçou depois de processar minha perda. Relendo seu poema, esta noite, foi que percebi as pequenas mudanças que você fez, poeta. São detalhes que falam muito de nós dois, do nosso jeito de fazer a coisa... Se eu te derreto, tu me derretes, derretemos um no outro e ontem quando li isso, mesmo sem notar o ajuste, fiquei aqui derretida na cama, pensando em você e encontrando entre minhas pernas uma fresca espuma que não parava de jorrar. Li aqueles “tu gozas” como se fossem uma ordem para que eu gozasse pensando em você... E gozei mais de uma vez com meus dedos, com minhas coxas, com o vento, com suas roupas, com a sua poesia penetrante me ordenando: goze! Queria que você espiasse meu desespero em gozar ao ler seus escritos. Fiz tudo de um jeito inédito e ao final pensei o que só então pensava quando em sua companhia: “foi a melhor de todas!”. Estou relutando em dar detalhes, mas não sei o porquê do meu comedimento... Aliás, confesso que estou ensaiando para te escrever a respeito desde ontem a noite, sendo esse o maior motivo desta carta indecorosa.
Busquei com as mãos o úmido subterrâneo da vagina, antes, percorri os pêlos com as pontas dos dedos trêmulos de desejo. Concentrei-me na pontinha do meu sexo, massageando-o com a pressão de apenas um dedo, o médio. Deslizei-o até a entrada da buceta, já bem molhada e quente. Antes de enfiar dois dedos no buraco que parecia se contrair, lambuzei-os com a espuma que escorria e voltei ao ponto inicial, lubrificando o clitóris e assim esfregando-o mais. Senti que ficava inchado, como se eu estivesse tendo uma ereção clitoriana, nem sei se isso existe, mas estava latejando e crescendo. Alternei as idas e vindas até a buceta, para buscar mais um caldinho viscoso, com suaves metidas de dedos nela e uns tapinhas com a palma da mão no órgão como um todo. Cada vez que eu dava um tapinha nela, imaginava-me falando para você: “vem aqui vem... enterra logo este pau delicioso na minha bucetinha”. Num ritmo mais acelerado toquei o pontinho estratégico onde o prazer vaginal se concentra. Esfreguei mais, tudo já bastante melado, fiz movimentos circulares e rítmicos, imprimi minhas digitais em cada milímetro desse refúgio feminino. Sem cessar, enfiei os dedos da outra mão na minha buceta. Eram as duas mãos tentando juntas substituir você. Enfiava e tirava os dedos, primeiro um a um, depois dois e três, enquanto dava ao clitóris sua dose de fricção necessária ao gozo. E gozei gostoso, apertando tanto os dois dedos que estavam dentro da vagina que os senti doloridos ao retirá-los de lá. Fiquei toda encharcada... senti escorrer algo entre o rego que leva à outra porta do prazer e não me contive em esfregar-me toda, passando os dedos entre um buraco e outro até começar a bolinar também meu cuzinho com o dedo. Estranhei a princípio o gesto, mas imaginei que não era eu a fazer isso e sim você. Lembrei-me daquela novidade que foi você me tocar com os dedos os dois buracos e ainda o clitóris. Imitei você, exatamente como repetiria se estivesse comigo, e posicionei um dedo em cima, dois no meio e, com a outra mão passando por trás, enfiei um dedinho bem no meu cú. Às vezes, ia até a buceta buscar o líquido abundante e levava até a bunda, para meu cuzinho que, na verdade, é só seu. Brinquei mais um pouco com meu corpo até gozar novamente, gemendo e pronunciando seu nome. Foi assim, meu amor-gostoso, que gozei repetidas vezes, sozinha, pensando que era você a me encoxar, me despir, me chupar, me lamber, me apertar, me meter, me enfiar, me arregaçar, me esporrar, me derreter...     

Conjugações sexuais
(presente simples)

Eu encoxo
tu empinas
Tu me despes
eu te dispo
Tu exibis
eu enrijeço
Tu chupas
Eu gemo
Eu chupo
tu umedeces
Eu lambo
tu gozas

Tu arreganha
eu enterro
Eu aperto
tu gemes
Eu arranho
tu mias
Tu viras
eu meto
Tu côncavo
eu convexo
Eu gemo
tu gozas

Tu ofereces
eu rio
Eu enfio
tu sofres
Eu recuo
tu relaxas
Eu arregaço
tu gozas

Eu suo
tu suas
Eu (re) chupo
tu (re) chupas
Eu me levanto
tu  te ajoelhas
Tu pedes
eu bato
Eu gozo
tu bebes
Eu te derreto
tu me derretes


 

























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