terça-feira, 19 de junho de 2012

Lamento de uma puta abandonada



Meu amor, que foi amor, ojeriza e tesão. Gostava, eu gostava de você.
Não te tenho mais. Nesse quarto de meretriz, ainda guardo suas camisinhas usadas.
Aquela mulher, aquela outra mulher. Pois é, eu cobro, ela não. Pois é, você virava os olhos comigo. Foi bom enquanto te chupei, foi bom gozar com você ouvindo Jimi Hendrix.
Mas você resolveu partir. E eu deixei. Era um gozo sincero. Você, como todos os outros, me comeu e deu o fora. Mas você ainda me come com sua imaginação de poeta. Eu sinto raiva de você, mas eu te amo, meu amor. Sou uma puta sentimental, você sabe disso, não sabe?
Quero que guarde esse lamento na cueca, na cueca que você estiver usando na hora da foda com sua moça. Não se abandona uma vagabunda assim, rapaz.
Saiba que na última vez em que trepamos, eu não me lavei. Não me lavei apenas pra ficar com sua porra no meu corpo por mais tempo. Para ficar com o cheiro do seu suor não me lavei.
Eu preciso te sentir. Mas, escolha entre o amor safado de uma meretriz e um namoro falido de uma pudica frígida...
Escolha, meu amor.
Se tiver dúvidas, eu te ajudo.
Estou no chão, no banheiro, na cama lembrando de nós dois juntos.
Quando estou dando pra outros caras, chamo seu nome.
Sou uma puta sentimental e te amo. Nenhum pau é igual ao seu, nenhum.
Nenhum gemido tem o timbre do seu, nenhum.
E aí? Sem você aqui? E aí.
As veias do seu cacete têm o mesmo tamanho das veias do meu coração.
E agora choro, de raiva e de alegria. Te forneci tanto prazer, você me deu tanta dor.
Lembra da nossa primeira vez? Você tirou meu cabaço.
Te dei o primeiro cu de sua vida.
Vou parar de escrever. Tenho cliente marcado para daqui meia hora.
Decida, meu amor. Ou a puta ou a pudica.


Muitos beijos.

(Ladmira e Juliet Jaguar)



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