sexta-feira, 15 de junho de 2012

Madri

Mais uma vez, as teclas invisíveis do piano que ela sempre imaginava nas costas do seu amante foram tocadas e uma melodia interior fez sua mente dançar. Linda canção cuja voz não expressa, declaração de amor impossível de ser verbalizada. O toque era como um carinho que esperou anos para acontecer, ou uma flor que demorou viver de primaveras mas, de repente, floresceu no verão deste afeto, semeado ao vento. O prazer do encontro passa a ser um filho com o tempo, rebento dos fortes. Em tudo que ela dizia estava uma declaração de amor. Disse que arriscaria a própria vida para salvar o amado da morte. Disse que sem ele seu corpo não conhecia a alegria. Disse mais do que devia, como soem fazer os inebriados apaixonados. Calou-se ao se despedir, com medo de ficar emotiva demais. Despedidas são sempre boçais quando se conhece a saudade. Foi um beijo rápido e intenso, desses que beija-florem amor-mais-que-perfeito.      

Nenhum comentário: