segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A cama em que te prendo




A cama em que te prendo
Você ficaria, sim, com o corpo todo dolorido de tanto apanhar e se retorcer tentando em vão escapar da cama em que prendo. Mas a dor só seria sentida depois, quando o corpo esfriasse e você pensasse intensamente em mim. Durante, enquanto estivesse sob meu olhar, a dor teria um limite brando, tranquilamente tolerável, suficiente apenas para provocar mais e mais prazer. Mesmo que em algum momento, vendas em seus olhos não te deixem ver-me, gostaria que confiasse em mim absolutamente, sabendo que nunca vou te machucar. Aliás, seria um pesadelo não confiar quando se está completamente nu, braços abertos, pulsos atados com braçadeiras, tornozelos presos em correntes.
Sim, daria em você muitos tapas, uns fracos, outros com toda a força que encontrasse, uns estridentes e outros secos, sempre alternados com um carinho. Com excitação, sentindo-me muito poderosa, vejo você amarrado e começo a te chupar, lamber e beijar o pau, provocando você com minha boca, língua e dentes.
Você se enrijece embaixo de mim, à medida que subo e desço com minha boca e língua em seu membro delicioso. Meto-o até o fundo da garganta, apertando os lábios em torno dele, para cima e para baixo com cuidado para não raspar os dentes. Dou mordidinhas bem no meio dele e em seguida concentro-me na cabeça, fazendo pressão com meus lábios. Você está bastante grande, duro e ainda mais grosso. Dá pra ver as veias do seu pau estufadas, como se a qualquer momento fossem explodir.
“Para, não quero gozar agora!”, você diz com desespero, força toda contida, se contorcendo e gemendo alto.
“Você não vai gozar agora, meu amor. Nem decidi ainda se vou fazer você gozar ou se vou te deixar com o pau dolorido de tanto se segurar. Agora vou soltar um de seus tornozelos e um dos braços e vou prender do outro lado, mão com mão, pé com pé, e você vai ficar de ladinho porque quero te dar uma bela surra na bunda para você aprender a ser melhor comigo, ok?”.
Depois que te prendo como imaginava, retiro a venda de seus olhos. Sua expressão é de susto. Acaricio sua bunda, aperto sua carne com meus dedos, massageio seus músculos e, sem avisos, dou a primeira palmada, bem forte. Reagindo a dor, você tenta se levantar, mas eu coloco um dos pés numa de suas costelas, empurrando você pra baixo, respiro fundo e bato de novo, desta vez mais raivosa, mais forte. Bato de novo e de novo, depressa e sem interrupções. Você contrai o rosto para suportar a degradação de apanhar pra valer de uma mulher. Bato mais uma vez e depois acaricio. Esfrego sua linda bunda e, em seguida, mais uma palmada. Consigo ter um padrão rítmico: carinho, afago, palmada. A palma da mão em chamas, avermelhada, dolorida, mas continuo batendo e gemendo forte a cada palmada.
“A combinação de dor com carinho é muita cansativa, não é?” – pergunto enquanto afago.
Você não emite um som, mas sei que está agoniado. Só não quer me dar o prazer de implorar por perdão. Não gosta que eu o veja chorando e finge que pode suportar sem reclamar ou pedir trégua. Mesmo assustado e sem saber bem em que pensar, você não diz nada porque tem muito medo de demonstrar sentimentos.  Afago com delicadeza sua bunda, depois faço um risco com as unhas em suas costas, suadas.   
“Você sabe porque fiz isso, não sabe? Sabe porque  apanhou, filho da puta?”
Com muita raiva de mim, você diz: “Caralho! Sei, sei! Agora pode me tirar daqui, acabou a ceninha”.
“Hã hã... Ainda não terminei com você. Lembre-se que se houver reincidência desta atitude grosseira e desrespeitosa sua, vou te bater com chicote e te fazer contar em voz alta cada tapa meu”. Há um tom de assombro e ameaça em minha voz; você dá um chilique, tenta se soltar, me manda tomar no cu. Está puto, se sente humilhado. Eu te provoco: “é assim que eu me sinto toda vez que você me trata mal, meu amor. Dói, dói muito, dói fundo. Toda vez que você me agride emocionalmente, eu tenho vontade de gritar, chorar e implorar que pare de me fazer sofrer, porra. Algumas vezes tenho vontade de te bater, outras de fugir de você pra sempre, mas não consigo porque simplesmente estou presa... Se é que você me entende...”. Digo isso num tom de fingida amabilidade, com sarcasmo até, enquanto acaricio com as unhas suas costas e sua bunda, num ritmo entre sensual e ameaçador.
Não havia espaço para arrependimento, não mesmo. Acho realmente que você mereceu levar uma surra. Pensei que seria ótimo dar também umas bofetadas na sua cara, mas não encontrei forças. Mesmo não estando nada arrependida, começo a passar a língua em suas costas, cintura e nuca, parecendo tentar agradar. Começo a te beijar enfaticamente, do cabelo aos pés. Lambo, beijo e chupo cada parte de seu quadril e coxas. Comento que sua bunda está com as marcas da minha mão e dou uma risada exagerada. É que achei excitante ver as marcas da palma da minha mão em você, para lembrar o que fiz. Nunca pensei que podia fazer isso! Minha deusa interior está saltitante e louca para começar a dança dos sete véus.  
Enfio minha cara entre suas coxas e inspiro fundo o seu cheiro. Não posso me controlar. Fico ali por um bom tempo, cheirando sua virilha e suas bolas enquanto minha língua trabalha para seu prazer. Você geme muito, começa baixinho e vai aumentando o volume. Seu gemido me excita e, por várias vezes, perco o ar dos meus pulmões enfiada entre suas pernas, cheirando e lambendo você. Minha língua é bem à vontade com seu corpo, não é? Ela sabe exatamente o que fazer para te excitar até um limite antes desconhecido.
Seu pau está rijo, latente, brilhante, parece que vai explodir. Nunca o vi tão duro, grande e grosso. Seguro ele com as mãos, aperto, dou uma cuspida e começo a massageá-lo com a mão direita enquanto a esquerda se detém em suas bolas, apenas tocando levemente seus bagos, de dentro para fora. Olho pra você; seu olhar está em brasa, mas acho que não é mais de raiva e, sim, de desejo. Decido te soltar, não vou te bater mais, o castigo acabou. Solto seus tornozelos e pulsos, sem dizer palavra.
Ao se ver livre você avança em minha direção, me segura firme e violentamente. Estamos um diante do outro, olhos nos olhos, e a energia que nos perpassa é tão intensa que podemos sentir uns arrepios no corpo. Meu olhar se desvia para seu pau, dou um sorriso safado e mordo ligeiramente o lábio inferior. Vejo que uma gota de porra quer sair e isso deixa um brilho diferente na cabeça dele, iluminada e radiante. Quero continuar observando a beleza que é seu pau ereto para mim, mas meu corpo se joga na direção dele, beijando, lambendo, chupando. Sinto-me toda molhada entre as pernas, aquele calor gostoso que só vem quando você está pulsando na minha boca.
Você enfia dois dedos em mim e os mexe lá dentro. Eu gemo alto, jogo meu corpo pra trás e sinto sua outra mão puxando os bicos dos meus seios, beliscando um após o outro. Estou gemendo cada vez mais alto quando você tira os dedos de dentro de mim. Quero gozar desesperadamente, então começo a me tocar te olhando. Você segura meu rosto e me beija, sinto o gosto maravilhoso de sua saliva e gemo em sua boca. Você me empurra na cama e eu abro meus braços como quem diz: “venha”. “Putinha desgraçada, quem está no controle agora sou eu e vou te foder tanto que você vai gemer como nunca, vou te foder forte”, diz isso enquanto abre minhas pernas e enterra de uma vez só e completamente o cacete na minha buça. Sua força levanta meus quadris e, a cada estocada sua, sinto um ligeiro incomodo lá no fundo. Você enterra com força, mexe rápido repetidas vezes e depois fica quase parado fazendo movimentos curtos, porém intensos. Em pouco tempo sinto meu corpo todo tremer, uma, duas, três vezes. Num intervalo pequeno de investidas suas, sinto repetidos orgasmos e acho que a brincadeira sádica me deixou mais excitada que o normal. Uma gota de seu suor escorre no meu rosto e te vejo de dentes cerrados em cima de mim, esforçando-se para preencher-me totalmente. Você mete como quem revida uma violência sofrida, com muita força e ira. “Gos.To.Sa. Nun.Ca.Ma.Is.Vou.Te.Fa.Zer.Cho.Rar.Mi.nha.Gos.To.Sa!”, escuto você pronunciar em staccato, cada sílaba uma bombada forte dentro de mim. Suas palavras têm um efeito imediato: gozo mais uma vez, desta mais intensamente. Ainda estou sob efeito do orgasmo quando escuto e sinto você gozar, desabando com todo o peso de seu corpo suado e cheiroso sobre mim.           
(Esta é uma obra de ficção inspirada em 50 Tons de Cinza, qualquer semelhança com fatos, pessoas e sentimentos reais é mera coincidência).


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