sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Conselho de Ovídio para as mulheres



Não te envergonhes dos cabelos soltar como as Bacantes
e faz girar o colo emoldurado pela solta cabeleira.
Para os prazeres de Vênus praticar há mil maneiras.
Mas a mais repousante e menos complicada
é ficares sobre o flanco direito meia deitada.
Sinta a mulher que os deleites de Vênus
ressoam nos abismos do seu ser;
e para os dois amantes
seja igual o prazer.

Nunca os doces murmúrios se interrompam
nem as palavras que escorrem quais carícias
e no meio das volúpias não se calem
aquelas que soam mais lascivas.

Mesmo se a natureza te negou
de Vénus as frementes sensações,
finge o doce prazer experimentar
com mentirosas inflexões.
Infeliz da mulher se o órgão de prazer permanece insensível
e que volúpias deve originar para ela e para o amante.
Mas cuidado não seja o fingimento
manifesto e visível.
Que a fingida expressão e os movimentos
que o teu amante enganam
seja aos teus olhos crível.

A volúpia, as palavras e a respiração
serão os instrumentos
com que fabricarás sua ilusão.
Impede-me o pudor de prosseguir.
Do teu órgão, mulher,
são secretos os meios de expressão.


(Ovídio - 43 a.C - 18 d.C, In A Arte de Amar)


3 comentários:

Anônimo disse...

Sabia tudo este Ovídio!
Impressionante como, antes e depois de Cristo, a sacanagem é a mesma embora pareça sempre improvisada e única.
Erotismo
constante do universo humano.
Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem.

Unknown disse...

Para completar as palavras do Anônimo...."Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem" e dos homens e mulheres que incrivelmente não se deleitam com essa prática.... mesmo depois de mais de 2050 anos.

Unknown disse...

Para completar as palavras do Anônimo...."Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem" e dos homens e mulheres que incrivelmente não se deleitam com essa prática.... mesmo depois de mais de 2050 anos.