Não te envergonhes dos cabelos soltar como as Bacantes
e faz girar o colo emoldurado pela solta cabeleira.
Para os prazeres de Vênus praticar há mil maneiras.
Mas a mais repousante e menos complicada
é ficares sobre o flanco direito meia deitada.
Sinta a mulher que os deleites de Vênus
ressoam nos abismos do seu ser;
e para os dois amantes
seja igual o prazer.
Nunca os doces murmúrios se interrompam
nem as palavras que escorrem quais carícias
e no meio das volúpias não se calem
aquelas que soam mais lascivas.
Mesmo se a natureza te negou
de Vénus as frementes sensações,
finge o doce prazer experimentar
com mentirosas inflexões.
Infeliz da mulher se o órgão de prazer permanece insensível
e que volúpias deve originar para ela e para o amante.
Mas cuidado não seja o fingimento
manifesto e visível.
Que a fingida expressão e os movimentos
que o teu amante enganam
seja aos teus olhos crível.
A volúpia, as palavras e a respiração
serão os instrumentos
com que fabricarás sua ilusão.
Impede-me o pudor de prosseguir.
Do teu órgão, mulher,
são secretos os meios de expressão.
(Ovídio - 43 a.C - 18 d.C, In A Arte de Amar)
3 comentários:
Sabia tudo este Ovídio!
Impressionante como, antes e depois de Cristo, a sacanagem é a mesma embora pareça sempre improvisada e única.
Erotismo
constante do universo humano.
Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem.
Para completar as palavras do Anônimo...."Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem" e dos homens e mulheres que incrivelmente não se deleitam com essa prática.... mesmo depois de mais de 2050 anos.
Para completar as palavras do Anônimo...."Pena dos animais, que fazem sexo sem sacanagem" e dos homens e mulheres que incrivelmente não se deleitam com essa prática.... mesmo depois de mais de 2050 anos.
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