terça-feira, 22 de abril de 2014

Orgasmo mamário: um prazer possível.

"Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas". (Caetano Veloso)


Uma mulher nua é a imagem do erotismo, e para George Bataille, é também a imagem da morte. Os seios femininos desnudos são a imagem da vida uma vez que, para além de provocar excitação visual, se prestam a alimentar seus filhos, amamentando-os. A relação entre vida, morte e erotismo pode ser sintetizada no momento do orgasmo, quando atingimos o ápice do prazer sexual. É vida porque aguça os sentidos e nos dá a sensação de empoderamento; é morte porque nos remete ao estado de quietude absoluta e esvaziamento do ser; é erótico porque nasce do desejo e por meio dele se sustenta e realiza.
A maioria das mulheres não sabe e muitas até duvidam, mas é totalmente possível termos orgasmos apenas com a manipulação das mamas. O comum é que as carícias mamárias sejam praticadas durante as preliminares, mas se você se permitir e se, por sorte, tiver um(a) parceiro(a) paciente e dedicado(a), pode atingir o orgasmo sem penetração e sem toques na região vaginal. Sei que parece absurdo, eu também não podia acreditar até sentir, mas isso é real e é fantástico! Sim, acreditem! Ou melhor, experimentem este prazer único! 
Sabemos que os seios são glândulas intimamente ligadas aos órgãos reprodutores femininos, oscilando inclusive de tamanho a depender do ciclo menstrual. É que sensíveis ao extremo, os seios se relacionam com os nossos hormônios, podendo ficar inchados e até doloridos nos períodos de TPM. A comprovada relação destes com os órgãos genitais femininos se vê claramente durante a amamentação. Sabe-se que a prática promove a contração do útero, o que contribui muito para que a mulher reconquiste o abdômen firme mesmo depois de uma gravidez. As contrações uterinas podem ser sentidas, no começo mais leves e depois mais intensas, quando os seios são acariciados ou sugados. Isso pode gerar excitação sexual ou simplesmente emoção, sendo que este último ponto de vista está presente na maioria dos relatos de mulheres que amamentaram. Mas, por que poucas de nós sente orgasmos com manipulação das mamas, se é tão natural o potencial erótico dos seios? Que mordiscadelas, lambidas, beijos e chupadas intensas nos seios podem gerar orgasmos, eu garanto; mas não consigo entender porque isso não é comum. Não pretendo responder a esta pergunta que fiz, mas do fundo do meu coração desejo que mais e mais mulheres sintam orgasmos mamários pelo menos uma vez na vida. Eu só consegui viver esta sensação incrível a noite passada. E vou contar como foi...

Era para ser uma transa "normal", dessas que começam com beijos e abraços assim que entramos em casa depois de uma saída para cinema e jantar. Fomos nos pegando até o quarto e, num típico ritual de apaixonados, nos despimos rapidamente entre beijos e mordidas. Eu ia tirar o sutiã quando ele disse: "não, eu quero tirá-lo com meus dentes!". Tínhamos bebido pouco, mas o suficiente para descontrair; assim, dei risada da frase dita e obedeci. Ele me puxou contra seu corpo e me virou de costas, de modo que pude sentir sua excitação quando se esfregou na minha bunda. Sem dificuldades ele desprendeu meu sutiã com as mãos e ao descer as alças usou os dentes. Depois de abaixar a alça, ele beijava o ombro e a nuca. Fez isso dos dois lados e me provocou arrepios. Quando por fim era hora de deixar o sutiã cair ao chão, ele pousou suas mãos em meus seios, formando com elas uma espécie de bojo. Ficou assim, com as mãos em concha nos meus seios enquanto me beijava e mordia os ombros e a nuca, até nos inclinarmos sobre a cama. Deitados lado a lado, nos beijamos na boca por longos minutos, eu puxando seus cabelos e ele insistindo com carinhos nas minhas mamas. Só parava de me beijar para dizer que tenho peitos lindos, que são do tamanho que gosta, que são deliciosos... Eu estava muito excitada e adorei quando ele desceu os beijos pelo meu queixo e pescoço até alcançar seus alvos preferenciais do momento: meus seios. Ele se deteve no esquerdo, passando a língua na auréola e mordendo bem de leve. Com a paciência que lhe é peculiar, ele fez mais elogios e ficou admirando meu peitinho apertado entre suas mãos. Ele apertava e beijava, apertava de novo e chupada, apertava de novo e lambia, apertava de novo e mordia... Quanto mais eu gemia, mais ele se concentrava em me dar prazer. Não sei explicar muito bem o que acontece com o corpo feminino nestas horas, mas tive a sensação de dormência nas pernas e nos pés. Senti uma onda incrível de tremor percorrer meu corpo todo e gemi bem alto, mas ainda não tinha me dado conta do que estava por vir. Ele não parava de brincar com meu seio e eu me retorcia toda na cama, gritando ora de prazer ora de dor. Ele me mordia às vezes mais forte e eu gritava, depois me beijava e lambia como que para curar a dor. Verbalizei o que sentia, as dormências e tremores internos, e ele disse que era esta a intenção. Incrível, mas não precisou me tocar da cintura para baixo, bastou me chupar com vontade se alternando entre seio e boca minha. Quando me chupava o seio, enfiava os dedos na minha boca para eu lamber; quando me beijava a boca, acariciava com os dedos molhados a pontinha do meu seio. Imaginem minha excitação e surpresa quando, numa dessas chupadas no seio, senti contrações uterinas intensas e gozei, simplesmente gozei. Percebendo meu corpo trêmulo e meus gemidos, ele segurou meu seio com uma mão e com a outra levou meu rosto até sua boca. Beijou-me cada parte do rosto e depois enfiou a língua em minha boca: eu sem ar, eu sem palavras, eu sem entender nada... Comecei a rir de incontida alegria, afinal, não é todo dia que se descobre uma nova possibilidade de prazer. Enrosquei meu corpo no dele, para me recompor, e ri gostoso quando meu gato me disse: "depois, eu dou o mesmo trato no outro,o direito".







terça-feira, 15 de abril de 2014

Jaguar de Ouro


Minha identidade com felinos de médio e grande porte não revelo facilmente. É preciso certo convívio, interação afetiva e alguma discussão, quando só então deixo evidente minha braveza e força de ideias. Sou uma mulher determinada, agressiva nas decisões e com notável instinto de sobrevivência e proteção da prole. Minha prole, no caso, são minhas paixões, meus amores, meus relacionamentos. Um de cada vez, porque sou exclusiva e fiel, meus amores são defendidos com unhas e dentes, mesmo que para isso eu tenha que me debater com o outro ao qual dirijo este afeto. Sim, às vezes, as pessoas estragam o amor antes mesmo dele vingar; amor é ciência que se aprende com a vida, com erros e perdas. 
Neste momento, no entanto, estou ganhando, estamos ganhando. Ontem ganhei esta fotografia de um jaguar em ouro que está exposto no Museo del Oro de Bogotá, na Colômbia. Quem me mandou está em viagem por este país há duas semanas, quase. Ele quem me explicou que o jaguar é uma figura importante na cultura dos índios colombianos, pois representa a força da intuição equilibrada com o instinto selvagem. Quando recebi esta imagem, meu lado onça aflorou e por isso venho ao blog agora. Quero voltar a escrever, preciso externar as vontades do jaguar que vive em mim. Hoje não tenho ainda um poema, nem um conto, nem uma história trabalhada em texto. Mas tenho o sentimento inexpressível, intocável, adormecido prestes a acordar, para depois dormir como estátuas revestidas de ouro (ou de suor) na cama. 
Pensando nisso, respondo com um trecho de poema de Drummond, à delicadeza daquele que me enviou esta linda imagem de jaguar de ouro: "Ai, cama canção de cuna, dorme, menina, nanana, dorme onça suçuarana, dorme cândida vagina, dorme a última sirena ou a penúltima… O pênis dorme, puma, americana fera exausta. Dorme, fulva grinalda de tua vulva. E silenciem os que amam, entre lençol e cortina ainda úmidos de sêmen, estes segredos de cama". 
Era para ser segredo, era para ser remédio, era para ser saudade, era pra ser silêncio... Era para ser alegria e amor, era pra ser eu e você!