sexta-feira, 29 de junho de 2012

Lembranças de Hilda Hilst - por Dete Pereira


Lembranças vivas de Hilda Hilst registradas no caderno de campo da alma e do coração
Vivid memories of Hilda Hilst recorded in soul and heart field notebooks
Bernadetth Maria Pereira
CEFET-MG – Campus I -E-mail: detepereira@yahoo.com.br
Resumo
Escrevi este tributo à Hilda Hilst em 4 de fevereiro de 2004, quando ela finalmente foi tocada por aquilo que o seu imaginário tentou decifrar ao longo de toda sua vida e obra: a morte. Inspirada no monólogo que Hilda criou para a morte em seu livro “Da morte. Odes mínimas”, ilustrado com aquarelas da própria autora, vislumbrei uma imagem da aparência da morte, entre tantas que Hilda propôs. A morte vinha disfarçada de um terno amante que a contemplava: "Se me tocares,/ Amantíssima, branda/ Como fui tocada pelos homens// Ao invés de Morte/ Te chamo Poesia/ Fogo, Fonte, Palavra viva”. Porém, quem a tocava era Lígia Fagundes Teles concretizando o desejo, que um dia Hilda nos revelou: morrer segurando a mão da amiga. E Lígia percebendo que Hilda se tornava “um pássaro branco a procura de Deus” libertou-a soltando suas mãos. Conheci Hilda Hilst quando criamos e realizamos um vídeo documentário sobre a escritora. Os depoimentos orais da própria Hilda e de pessoas próximas e amigas, além de reforçarem o seu brilhantismo, a irreverência e a audácia da escritora, revelam também o seu lado generoso, dócil, simples e amoroso, até então desconhecido para o grande público.
Palavras-chave: Hilda Hilst ; História Oral; Casa do Sol; brilhantismo; irreverência; amorosidade
Abstract
I wrote this tribute to Hilda Hilst on February 4, 2004, when she was finally touched by what her imagination have tried to decipher throughout her life and work: death. Inspired by what monologue created for the death of Hilda in her book “From death, minimum odes”, illustrated by paintings of the author herself, I glimpsed an image of the appearance of death, among all the other Hilda had proposed. The death came disguised as a tender lover who contemplated her: “ If you touch me / Gentle Beloved / How I was touched by men/ I call you poetry/ Fire, fountain, Living word.” However, who touched her was Ligia Fagundes Teles making come true the wish that one day Hilda revealed to us: to die holding the hand of her friend. Lígia realizing that Hilda had become “a white bird in search of God” freed her, letting go of her hands. I first met Hilda Hilst when we were creating and performing a documentary video about her. The oral testimony of Hilda herself and those close friends, besides reinforcing her brilliance, her irreverence and audacity, also reveals her generous, docile, simple and loving side, until then, unknown to the general public.
Keywords: Hilda Hilst; Sun House; brilliance; irreverence; loveliness

Não foi por acaso, que a última vez que a vi, ela vestia uma camiseta com a estampa de Che Guevara. Sim, ela gostava dele, mais tarde descobri que as primeiras cenas de seu drama metafórico, o Auto da Barca de Camirii, escrito entre 1967 e 1968, fora baseado na morte do grande revolucionário argentino.
Naquela manhã uma aura de luz envolvia Hilda de uma maneira especial. Ela estava mais disposta, exibia o frescor de quem acabara de sair do banho, não com a antiga e recorrente febre manifestada, repentinamente, no chuveiro, quando tinha inspiraçõesii. Mas, com a calma de quem não precisa mais correr, com a convicção de quem vai fazer uma revelação e com a transparência de quem nada tem a esconder.
Havia um descompasso entre a fragilidade de seu corpo e a vivacidade de seu espírito, entre a beleza e a sensualidade de seu sorriso e sua voz tremula e rouca. Caminhava com dificuldade, a passos lentos e curtos, como quem está se despedindo, mas os seus olhos tinham uma expressão decidida. Lembrei-me de um fragmento do poema que Hilda fez aos dezoito anos: “Somos iguais à morte, ignorados e puros e bem depois o cansaço brotando nas asas seremos pássaros brancos a procura de Deus”iii. (informação oral). Cecília Meirelles ao ler o poema escreveu assim sobre a tão jovem poeta: “Quem disse isso precisa dizer mais” iv. (Informação oral).
A temática do amor, da morte e a forte presença de questões místicas e religiosas são recorrentes em toda sua obra. Sua espiritualidade e natureza irreverente já se manifestavam desde os sete anos de idade, quando foi estudar no colégio interno Santa Marcelina, na cidade de São Paulo por 8 anos. Hilda lia a vida das santas e queria ser como elas, mas por outro lado, não abaixava a cabeça para as freiras e bebia, às escondidas, o vinho do padre. Este ambiente de colégio foi evocado na sua dramaturgia A Possessa, Rato no Muro, na narrativa O Unicórnio, e também na poesia: “Os amantes no quarto / Os ratos no muro / A menina / Nos longos corredores do colégio”. Destacamos a montagem de O rato no muro, sob a direção de Terezinha Aguiar, apresentada no Festival de Teatro de Manizales, na Colômbia em 1969 e O caderno rosa de Lory Lamby levado ao palco sob direção de Bete Coelho e tendo no papel principal a atriz Iara Jamra em 1999. O tema multívoco dos ratos, aliás, ressurge numa das peças Aves da Noite e na ficção narrativa, fato digno de nota por revelar a persistência dos motivos que se mantêm através da obra poética, dramática e narrativa de Hilda Hilst. Suas peças de teatro receberam vários prêmios e foram encenadas em importantes teatros nacionais e internacionais.

Hilda nos confessou ter buscado Deus ininterruptamente. A sua literatura fala basicamente deste inefável o tempo todo, mesmo na pornografia ela insistia em ligar o erotismo ao divino. Ela exemplifica, é por isso que A Senhora Dv pergunta: “Deus, você me entendeu?” E ainda:
O erótico não é a verdadeira revolução. O erótico para mim é quase uma santidade. A verdadeira revolução é a santidade. Porque você começa a querer se aproximar de Deus? O erótico? Eu não dou mais tanta importância ao erótico, sabe? Para mim, aliás, é uma coisa já muito antiga. Mas parece que as pessoas gostam de falar nisso: vagina, pênis. Eu já falei de tudo isso no Qadósvi, n’Á Senhora Dvii. Em todo lugar eu falava sobre isso. Agora não tem mais tanta importância” (Informação oralviii).
O deboche que Hilda usava como recurso social não passava de uma antítese necessária à espécie de santidade que ela praticava diariamente na Casa do Sol, afirmou certa vez, seu amigo Carlos Voghtix. Vale lembrar, que devido à dificuldade de atingir o grande público, pela profundidade de seus escritos, Hilda inicia a sua fase pornográfica em 1982 com A obscena senhora Dx. A autora justificou essa medida radical como uma tentativa de vender mais e assim conquistar o reconhecimento do grande público. Então ela resolveu escrever sobre a problemática do sexo de um modo novo, sem véus, com toda a crueza. Ela dizia que iria fazer umas coisas porcas, que as pessoas gostassem de ler, mas ela não conseguiu. Sua literatura pornográfica era dificílima de ser lida e compreendida, pois a autora não abandonou as profundas questões da existência que sempre constituíram o foco de seu legado literário, quais sejam: Deus, a morte, a arte e as relações humanas. Seus poemas são lidos juntamente com os textos de Safo, Gabriela Mistral e Marguerite Yorcenar, entre outras autoras, no recital Le féminin du feu, durante as comemorações do dia Internacional da Mulher em Quebec, Canadá, em 1997.
Hilda passa a ser erroneamente considerada, por parte da crítica, como escritora essencialmente erótica por sua trilogia obscenaxi, que embora seja frequentemente considerada como algo destacado em sua produção literária e de menor alcance estético, pela estreita aproximação com aspectos da pornografia, representa menos de um décimo da sua obra. O caderno rosa de Lory Lambyxii, livro traduzido para o italiano, é o volume inicial dessa trilogia e consagra essa fase pornográfica mesclando uma linguagem chula com uma poética plena retratando, assim, a inquietude da condição humana. A obra provoca espanto e indignação em seus amigos e na crítica. O editor Caio Graco Prado se recusa a publicá-la e o artista plástico Wesley Duke Lee a considera “um lixo”. Contos d’escárnio / Textos grotescosxiii e Cartas de um sedutorxiv também são livros dessa fase, sendo o primeiro traduzido para o francês e o último encerrando essa etapa.
O sagrado e o profano na poética de Hilda Hilst foram analisados na tese de Goimar Dantas de Souzaxv. A autora pretendeu comprovar por meio da análise dos textos hilstianos, que a obra de Hilda é construída como uma espécie de chamamento explícito ao Divino e à compreensão de seus desígnios. A autora afirma que Hilda Hilst realiza uma incursão vertiginosa por vias sacro-profanas à medida que nutre pelo Pai-Eterno sentimentos absolutamente ambivalentes.
A deslumbrante Hilda, a mais bela entre as mais cortejadas mulheres de sua época, uma beleza de Ingrid Bergman acrescida da sensualidade de Rita Hayworth, como tão bem a descreveu Masao Ohno, seu editor, buscou a reclusão por opção, não por temperamento. Depois de ler “Carta a El Greco”, de Nikos Kazantzakis (KAZANTZAKIS, 1961), Hilda sentiu a mesma necessidade de isolamento do poeta, novelista, dramaturgo e filósofo grego, quando foi para o Monte Athos escrever. Hilda lembrava: “Eu tinha que ser só para compreender tudo, para desaprender e para compreender outra vez. Aquela vida que eu tinha era muito fácil, uma vida só de alegria, só de amantes”xvi. (Informação oral).
A influência de Nikos Kazantzakis na vasta obra de Hilda Hilst foi estudada por Kamilla Kristina Sousa França Coelhoxvii. A autora discute a visão de Hilda sobre Deus, buscando mostrar como essa é uma recriação das idéias de Kazantzakis, principalmente, em “Poemas malditos, gozosos e devotosxviii”. Hilda discute o valor de Deus e sua importância para o homem lançando um olhar cético aos antigos paradigmas religiosos, inovando as imagens e as metáforas para caracterizar Deus como um ser comum, dependente dos homens para seu louvor e adoração. Conforme a autora, Deus estaria sujeito a condições de solidão, tristeza, medo e ódio como qualquer ser humano.
As idéias de Kazantzakis se transformaram num marco na vida da escritora sendo uma das principais causas de sua mudança em 1965 para a chamada Casa do Sol, construída na antiga fazenda herdada da mãe em Campinas-SP. Hilda construiu também a Casa da Lua, na praia de Massaguaçu no litoral paulista, na qual gostava de passar temporadas para escrever.
A Casa do Sol, freqüentada por artistas de várias áreas, foi transformando-se num centro de fomento cultural das décadas de 70 e 80xix. Hilda mudou-se para a Casa do Sol em companhia do escultor Dante Casarini, que em 1968 se tornou seu marido.

Em 1985, mesmo depois de divorciarem-se Dante continuou morando na Casa do Sol até 1991, e sempre manteve profunda amizade com Hilda. Os amigos escritores José Luís Mora Fuentes, Caio Fernando Abreu, Edson Costa Duarte, também crítico literário, moraram na Casa do Sol, sendo que Mora Fuentes, amigo e escritor, lá permaneceu e acompanhou Hilda até a morte.
O pai de Hilda, Apolônio de Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst, imigrante francês, foi fazendeiro, jornalista, poeta, ensaísta e crítico literário. A mãe, Bedecilda Vaz Cardoso, era filha de portugueses e amava seu pai loucamente. Embora não tivesse a inteligência brilhante do pai, era uma mulher bastante curiosa, que se interessava por tudo e lia muito. Hilda dizia que seus pais tiveram uma paixão “daquela de perder mesmo o senso”. Embora, eles acabaram se separando quando Hilda era bem pequena, Hilda contava que a mãe “falava dele sem parar, do amor que tinha por ele”. Hilda achava o seu pai um homem lindo e foi aprendendo a amá-lo, assim como a mãe.
Hilda nos contou que seu pai era um gênio, que na década de 30 escrevia coisas deslumbrantes e era completamente moderno. A imagem que Hilda foi criando do pai foi aquela intima e familiar de um homem fisicamente lindo, muitíssimo amado pela mãe, acrescida da imagem de um intelectual, autodidata, cultíssimo, que escrevia muito, publicava textos e críticas literárias em jornais, correspondia com Mário de Andrade e intelectuais de sua época. A influência que Hilda recebeu do pai não se tratava de uma influência apenas literária, era muito mais do que isso, o seu pai foi a razão dela ter se tornado escritora. Hilda escrevia basicamente para ele. Ela tentou fazer uma obra muito boa para que ele pudesse ter orgulho dela, pois quando Hilda nasceu o pai disse: que azar é uma menina. Apolônio bem sabia das limitações da mulher, na década de 30, e era compreensível que preferisse que ela fosse um menino. Esse fato marcou Hilda profundamente ao longo de toda sua vida, porém de uma maneira positiva. Ela ficou muito incomodada com a palavra azar e quis ser uma pessoa brilhante para impressionar o pai.
Com pouco tempo de vida, seus pais se separaram, o que motivou sua mudança com a mãe, para a cidade de Santos - SP. Apolônio, com 35 anos era esquizofrênico e até sua morte, passou longos períodos em sanatórios para doentes mentais. Bedecilda, assim como Apolônio, acabou enlouquecendo também. Hilda dizia não ter tido filhos para eles não herdarem a loucura dos seus pais, embora os amigos dissessem que isso era apenas uma desculpa, pois, ela não conseguiria escrever uma linha sequer, se tivesse tido filhosxx.

Hilda nos confessou sentir uma tristeza profunda pelo pai ter ficado louco e não ter conseguido terminar sua obra. Hilda viu seu pai duas vezes. A primeira aos três anos, quando ele foi visitá-la e levou-lhe um cavalinho de pau. E a segunda aos 16 anos, quando ele pediu para ela ir visitá-lo na fazenda onde morava e confundindo-a com a mãe, pegava em sua mão implorando-lhe somente três noites de amor. Isso a deixou atrapalhada, constrangida e confusa xxi. A intensidade da loucura do pai e os poucos encontros que Hilda teve com o mesmo acentuaram sua imagística da figura paterna, que se configurou como um dos principais componentes de sua obra literáriaxxii.
Hilda desde pequena adorava ler. Seu tio Luís, irmão do seu pai, ia lhe dando os livros e ela ia lendo. Com Gilberto Amado e Carlos Drummond de Andradexxiii manteve, durante certo tempo, correspondência amiga. Hilda nos contou que Drummond a conheceu muito jovem e chegou a escrever um poema para ela. Ela sempre gostou muito dele, mas era de um modo diferente, não era uma afinidade literária como a que ela tinha com o Jorge de Lima. Hilda dizia que Drummond era tímido e admirável e ela até quis ter um affair com ele, mas ele gostava muito da esposa... Entre os poetas de língua portuguesa, quem mais de perto a tocou foi, sobretudo, Jorge de Lima, ao lado de Fernando Pessoa e Cecília Meireles. Hilda dizia sempre reler os sonetos de Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima, por considerá-los deslumbrantes.
Entre os amigos a quem, por razões afetivas ou intelectuais, se sentia ligada, salientam-se Sergio Milliet, o escritor gaúcho, Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles, a arquiteta Gisela Magalhães, J. Toledo, Bráulio Pedroso, José L. Mora Fuentes, Joy Kostakis e o poeta português Carlos Maria Araújo, a quem dedicou, por ocasião da sua morte precoce, as sete estanças dos Pequenos Funerais Cantantes.
E quais eram as virtudes dessa santa flamante, irreverente e bem humorada, que despertou paixão em empresários, escritores, artistas, inclusive Vinícius de Moraes? Que inspirou músicos como Adoniran Barbosaxxiv, Gilberto Mendesxxv, seu primo José Antônio Rezende de Almeida Pradoxxvi e o maranhense Zeca Baleiroxxvii a comporem alguns de seus trabalhos mais significativos? Que escandalizou a sociedade paulista nas décadas de 50 e 60, mudando a vida cultural da cidade? Que aos 27 anos viaja pela Europa e namora Dean Martin e, fazendo-se passar por jornalista assedia, sem sucesso, Marlon Brando, na França?
A maior virtude de Hilda foi o amor. Hilda amou as pessoas, as plantas e desde muito nova mostrava afeição pelos animais, principalmente os cachorros. Ela chegou a ter mais de 90 cães, que conhecia pelos nomes, e como na mitologia grega, esses animais também devem tê-la conduzido e cortejado-a depois da morte. A Casa do Sol era um INAMPS, como nos diziam o seu grande amigo Zé Luiz conhecido como Mora Fuentes, o Dante, seu ex-marido, e o escritor J. Toledoxxviii. Hilda cuidava das pessoas carentes com generosidade, colocou dentes em muitas pessoas que ela mal conhecia, ouvia os empregados da fazenda com a mesma consideração que tinha para com os amigos. O depoimento abaixo é um fragmento de um diário Hilda Hilst:
Fui até o barraco do Zé velho e chorei muito porque vi muita miséria. Mandei desmanchar o barraco e coloquei o Zé velho e a Rosa numa casinha da fazenda. Sofro de piedade, gostaria de poder dar muitas coisas a muita gente, mas não posso. Telefonei para mãe do José Luis (Mora Fuentes) e soube que o Zé já está bem, sem febre. Fiquei contente. Agradeço a Deus e aos guias. (HILST, Hilda, 1973)
Hilda Hilst acolhia com amorosidade os estudantes, os jovens poetas e artistas, os grupos de teatro amadores, os amantes que não podiam ser vistos em público, os doentes e os vira-latas. Até as vozes de mortos, de origem inexplicável pela ciência, captadas por ondas radiofônicasxxix, os seres de outra dimensão que a visitavam e os ÓVNIS que pousaram nas cercanias de sua chácara, tendo muitos amigos como testemunhas, sabiam ser bem-vindos na Casa do Solxxx. Essas suas experiências com a Transcomunicação Instrumental estão relatadas na entrevista concedida à revista Planeta em julho de 1977.
Foi essa Hilda irreverente, profunda e acima de tudo humana, que tive o prazer de conhecer, quando com um grupo de colegas, orientado pelo Prof. Paulo Bastos Martins, do Instituto de Artes da Unicamp, criamos e realizamos um vídeo sobre a escritora, no segundo semestre de 2002. Utilizamos os recursos de imagem eletrônica, linguagem televisiva, gravações externas, gravações em interiores, em estúdio e também processamento de imagem por computador e video-texto. Hilda Humana Hilst foi lançado em 2003 na TV UNICAMP e exibido por uma semana em homenagem ao dia Internacional da Mulher.
O documentário Hilda Humana Hilst xxxi é um dos exemplos de como a História Oral tem utilizado o vídeo como uma das novas alternativas de registros. Os depoimentos da própria Hilda Hilst e de pessoas próximas e amigas, além de reforçarem o seu brilhantismo, a irreverência e a audácia da escritora, revelam também o seu lado generoso, dócil, simples e amoroso, até então desconhecido para o grande público.


Referências Bibliográficas
HILDA HUMANA HILST. Coordenação geral: Paulo Bastos Martins. Idéia do tema: Fabiano Silvestre. Equipe de produção: Áurea Regina de Sá, Bernadetth Maria Pereira, Carlos Alberto Ferreira Tenreiro, Dionísio dos Santos Jr., Erika Blaudt, Fabiano Silvestre, Giovanna Boni, Helenita Sommerhalder, João Batista Melo, Leonardo Rossi Lazzari. Coordenação de edição: Bernadetth Maria Pereira, Giovanna Boni, Helenita Sommerhalder. Imagens: Celso Palermo, Roberto Roldan. Edição de imagens: Roberto Roldan. Departamento de Multimeios-Instituto de Artes - Unicamp – Campinas – SP - 2002. 1 fita de vídeo Super VHS Profissional (52 min.)
HILST, Hilda. Da morte. Odes mínimas (capa de inc. design editorial). São Paulo: Editora Globo, 2003.
. O Auto da Barca de Camiri in Teatro reunido, volume I (capa de Olga
Bilenky). São Paulo: Nankin Editorial, 2000.
. A obscena senhora D (capa de inc. design editorial). São Paulo: Editora
Globo, 2001.
. Kadosh (capa de inc. design editorial). São Paulo: Editora Globo, 2002.
. O Caderno rosa de Lori Lamby (ilustrações de Millôr Fernandes). São
Paulo: Massao Ohno, 1990; 2a edição, São Paulo, Massao Ohno, 1990.
. Contos d’escárnio. Textos grotescos (capa de Pinky Wainer). São Paulo:
Siciliano, 1990; 2a edição, São Paulo, Siciliano, 1992.
. Cartas de um sedutor (capa de Pinky Wainer). São Paulo: Paulicéia, 1991.
. Poemas malditos gozosos e devotos (capa de Tomie Otake). São Paulo:
Massao Ohno/Ismael Guarnelli, 1984.
KAZANTZAKIS, Nikos. Carta a Grego, translated into Portuguese by Armando
Pereira da Silva, Armando da Silva Carvalho. Lisbon: Ulisseia 1961
Notas
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedialit/index.cfm? fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5183&cd_item=48.
Depoimento oral de José Luís Mora Fuentes registrado no videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002).
2 Depoimento oral de Hilda Hilst em uma das entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002).
3 Depoimento oral de Hilda Hilst em uma das entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda
Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002).
4 A Senhora D é a protagonista do livro: HILST, Hilda. A obscena senhora D. Editora: Editora Globo,
2001.
5 HILST, Hilda. Qadós - SP: Edart, 1973. - 180 páginas. Em 1973, por decisão da própria Hilda, Qadós
passou a ser grafado Kadosh, quando a Editora Globo passou a editar suas obras completas em 2001.

6 Sobre a Obscena Senhora D Caio Fernando Abreu diz “A história - se é que há uma história aqui - é simples: após a morte do amante, Hillé, a Senhora D, se recolhe ao vão da escada, "um Nada igual ao teu, repensando misérias, tentando escapar, como tu mesmo, contornando um vazio, relembrando", em direção à própria morte. Numa prosa que se dilata e contrai, às vezes estufada, barroca, repleta de cintilâncias, outras se fazendo navalha, corte seco, a linguagem de Hilda Hilst avança sobre as camisas-de-força da sintaxe para desvendar insuspeitados espaços. O resultado é um texto que, fora de nossa literatura, ao lado de Guimarães Rosa e Clarice Lispector, só encontraria paralelo em Joyce ou Samuel Beckett. Mais além: é vivo”.
7 Depoimento oral de Hilda Hilst em uma das entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002).
8 Fragmento da entrevista que Carlos Voght, lingüista, ex- reitor da UNICAMP e amigo da escritora concedeu ao Caderno de Literatura Brasileira, Instituto Moreira Salles, 1999.
9 HILST, HILDA. A obscena senhora D. Editora: Editora Globo, 2001.

Sinopse
O livro. Escrito na particularíssima prosa de Hilda Hilst, onde todos gêneros narrativos se fundem e os recursos estéticos mais variados são usados, A Obscena Senhora D é Hillé, que após a morte do seu amante, se recolhe ao vão da escada, para falar "dessa coisa que não existe, mas é crua e viva, o Tempo." Obra plena dos temas mais caros à autora -- o desamparo, a condição humana, o apodrecimento da carne, a alma conturbada -- A Obscena Senhora D é uma procura lúcida e hipnótica das razões da existência, onde tudo pode acontecer, de uma facada pelas costas até um apaixonado beijo de amor. Como a própria Senhora D afirma: "... A vida foi uma aventura obscena, de tão lúcida."A história do livro. A Obscena Senhora D foi lançado em 1982. Em 1997, a obra foi publicada na França, pela Ed. Gallimard, com tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ao lado de Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, a publicação de A Obscena Senhora D pela Editora Globo marca o início do relançamento de toda obra de Hilda Hilst, incluindo 31 títulos, entre prosa e poesia.O que se diz. Por amar a condição humana, Hilda escreve", afirmou o escritor Caio Fernando Abreu, já falecido, e acrescentou, em relação à leitura de A Obscena Senhora D: "Ninguém sairá ileso." Para Leo Gilson Ribeiro, importante crítico literário, que considera a autora o maior escritor vivo em língua portuguesa, "O espanto diante da criação de Hilda Hilst crescerá à medida que as gerações futuras consigam apreender a grandeza imune ao efêmero desta vivência escrita."
10 Fazem parte da “trilogia obscena” de Hilst O caderno rosa de Lory Lamby, Contos D’escárnio – textos grotescos, 1992, e Cartas de um Sedutor, 1991.
11 HILST, Hilda. O Caderno Rosa de Lori Lamby, Editora: Globo Editora, 2005. Pgs 128.
Sinopse
Polêmica e obscena obra de Hilda Hilst. Narra a história de Lori Lamby, uma garota de oito anos que vende seu corpo incentivada por seus pais proxenetas. No seu caderno rosa ela relata seus segredos. Apesar do impacto inicial causado pelo tema da pedofilia, o livro vai muito além. O livro, em grande parte escrito na forma de diário, apresenta uma menina de oito anos que vende seu corpo incentivada por seus pais proxenetas. A obra é, sim, obscena e põe em cheque a moralidade dos leitores, pois é quase impossível realizar uma leitura frígida dos relatos de Lori Lamby. Mas, apesar do impacto inicial causado pelo tema da pedofilia, o livro vai muito além. A própria literatura é alvo de obscenidades: gêneros intercalados, cartas, relatos, citações pervertidas de grandes autores como D. H. Lawrence, Henry Miller ou Georges Bataille e um Caderno negro dentro do Caderno rosa de Lori. Aquilo que, a princípio, aparece no texto como possíveis e singelos erros de escrita de uma criança recém-alfabetizada aponta para um estudo lexicológico, para uma etimologia das sensações fazendo soluçar a gramática. 12 HILST, Hilda. Contos d'escárnio | Textos grotescos Editora: Editora Globo, 2002
Sinopse: Contos d'escárnio | Textos grotescos é o oitavo livro – o quarto de prosa de ficção – que a Editora Globo põe no mercado para dar continuidade ao projeto de publicação das obras reunidas da escritora Hilda Hilst. Composto em tom de sátira, o livro traz todas as características que marcam a prosa hilstiana: o enredo não guarda qualquer linearidade, às vezes o texto é lírico, outras vezes confirma o grotesco do título, diversos gêneros (desde o teatro até o certame poético) vão se sobrepondo e as personagens alternam momentos de confessionalismo a outros de crítica radical. O alvo de Hilda Hilst é o mercado de livros de pouca qualidade e a celebração do baixo nível que a autora enxerga na cultura brasileira. Ironicamente, afirma que pretende fazer também o seu "lixo". Por esse meio, ainda, a autora identifica que analogamente à festividade em torno do objeto literariamente medíocre está um país envolto em bandalheira e todo tipo de desorganização e permissividade. Crasso, o narrador de nome romano e comportamento chulo, descortina suas lembranças e as envolve em um novelo ao lado de outras micronarrativas. O resultado é uma espécie de pequeno Decamerão em que, no caso, reinam a bandalheira, o mau gosto e o excessivamente medíocre. Com Contos d'escárnio/ Textos grotescos, Hilda Hilst surge afiada para criticar, primeiramente, a literatura de baixíssimo nível e, por extensão, a situação de penúria do país que a produz ou comercia vultosamente. 13 HILST, Hilda. Cartas de um Sedutor. Editora: Editora Globo, 2002. 194pgs. Sinopse
Junto com A Obscena Senhora D e O Caderno Rosa de Lori Lambi, Cartas de um Sedutor compõe a trilogia erótico-pornográfica de Hilda Hilst. Em Cartas de um Sedutor, a autora descreve o cotidiano de Karl, um homem rico, amoral e culto, que busca a explicação para sua incompreensão da vida através do sexo. Karl escreve e envia vinte cartas provocativas a Cordélia, sua casta irmã. Os textos das cartas se misturam à vida de Stamatius, um poeta que encontra no lixo os manuscritos de Karl. Após a primeira leitura, percebe-se que ambos - Karl e Stamatius - são a mesma pessoa em tempos e condições diversos, mas com posturas diferentes diante dos mesmos questionamentos. O contraponto entre um e outro é o mote para uma obra de grandeza ímpar e absolutamente humana no seu sentido mais divino.A história do livro. Cartas de um Sedutor foi lançado originalmente em 1991. Após a publicação de A Obscena Senhora D, Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, e Bufólicas, Cartas de um sedutor é a quarta obra da autora relançada pela Editora Globo, que publicou a obra completa de Hilda Hilst, incluindo 31 títulos, entre prosa e poesia.
14 Confira a tese de Goimar Dantas de Souza “O sagrado e o profano nas poéticas de Hilda Hilst e Adélia Prado”. Disponível em http://www.hildahilst.com.br/teses_ensaios.php?categoria=9&id=81
15 Depoimento oral de Hilda Hilst em uma das entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002).
16 "Deus segundo o olhar de kazantzakis e HIlda Hilst", artigo acadêmico de Kamilla Kristina Sousa
França Coelho disponível em http://www.hildahilst.com.br/teses_ensaios.php?categoria=9&id=8.
17 Confira em Hilst, Hilda. Poemas malditos gozosos e devotos (capa de Tomie Otake). São Paulo,
Massao Ohno/Ismael Guarnelli, 1984.
18 Poucos meses após a morte de Hilda Hilst iniciaram-se os trâmites para fundar o Instituto Hilda Hilst –
Centro de Estudos Casa do Sol, atitude liderada pelo escritor José Luis Mora Fuentes, à época presidente
da Instituição e amigo por mais de 30 anos da escritora, morador da Casa do Sol por mais de 20 anos.
19 Depoimento da arquiteta Gisela Magalhães, amiga pessoal de Hilda, no videodocumentário Hilda
Humana Hilst. (Pereira, B. M. et al. 2002).
20 Depoimento oral de Hilda Hilst em uma das entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002)
21 Citamos “O Caderno Rosa de Lori Lamby" que ainda guarda um segredo sobre o verdadeiro narrador da história. Apesar da obviedade do título sugerir que a pequena Lori Lamby é a narradora-personagem de seu caderno, é possível levantar dúvidas a esse respeito já que seu pai - gênio incompreendido - resolve escrever "bandalheiras" seguindo o conselho de seu editor.
Neste ponto reside a inferência que o personagem, pai de Lori Lamby, pode ter sido inspirado no próprio Apolônio, pai de Hilda Hilst.
22 Hilda nos contou que Drummond a conheceu muito jovem e chegou a escrever um poema para ela. Ela sempre gostou muito dele, mas era de um modo diferente, não era uma afinidade literária como a que ela tinha com o Jorge de Lima. Durante certo tempo ela manteve com Drummond correspondência amiga. Hilda dizia que ele era tímido e admirável e ela até quis ter um affair com ele, mas ele gostava muito da esposa...
23 Em 1960 Adoniran Barbosa, inspirando nas poesias da autora, compõe as músicas “Quando te achei e Quando tu passas por mim”.
24 Em 1964 o músico, maestro e compositor José Antônio Rezende de Almeida Prado, seu primo,
inspirado nas poesias de Trovas de muito amor para um amado senhor, compõe A minha voz é nobre
(canção para soprano e piano). Em 1969 o mesmo músico inspirando-se nos poemas da autora Pequenos Funerais Cantantes ao poeta Carlos Maria de Araújo, incluídos posteriormente em Poesia (1959/1979), compõe Pequenos Funerais Cantantes (cantata para coral, solistas e orquestra), recebendo o Primeiro Prêmio do 1o Festival de Música da Guanabara.
25 Em 1961 o músico Gilberto Mendes compõe a peça Trova I, inspirada no primeiro poema de Trovas de muito amor para um amado senhor.
26 O CD “Ode Descontínua e remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio”, uma parceria de Hilda Hilst com o cantor Zeca Baleiro, produção Saravá Discos (http://www2.uol.com.br/zecabaleiro/2006/flash.html), projeto iniciado ainda em vida da poeta e finalizado após seu falecimento. O show de lançamento desse CD, ocorreu no SESC Pompéia em 2006, com Zeca Baleiro e as cantoras Olívia Byington , Ná Ozzetti e Zélia Duncan.
27 Depoimento oral de José Luís Mora Fuentes, Dante Casarini e   J. Toledo em entrevistas para a realização do videodocumentário Hilda Humana Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002)
28 Durante uma experimentação, que durou 7 anos com base no livro Telefone para o além, do pesquisador sueco Friederich Jurgenson. Este livro de 259 páginas é um clássico da literatura sobre o assunto. Escrito pelo pioneiro do estudo das vozes em fitas magnéticas. O autor narra toda sua experiência de gravações, em mais de 140 fitas magnéticas, do que ele atribuiu serem de espíritos dos homens. São gravações de falecidos, que vão desde amigos pessoais seus, familiares, até personalidades da história como Trotski, Stalin, Hitler etc. Um livro de fundamental importância para o pesquisador de TCI, onde é descrito o interesse emergente da Parapsicologia sobre o tema e principalmente por conter os traços marcantes do pioneirismo. TCI é um fenômeno ainda não explicado pela ciência, sendo classificado por boa parte de quem o pesquisa como um fenômeno Psi-Theta, ou seja, um fenômeno que envolve a manifestação de inteligências de outros planos de existência. Nesta tese, a Transcomunicação Instrumental seria a comunicação com essas inteligências por meio de aparelhos eletrônicos. O termo "TCI", por ter a conotação de comunicação transcendental ou de comunicação com o "além", terá sua citação neste website apenas como referência histórica e não como a definição da origem do fenômeno. Como a TCI ainda é um fenômeno não explicado pela ciência, as hipóteses mais frequentemente levantadas para sua explicação são: fraude, fenômenos terrestres ordinários, fenômeno parapsicológico, fenômeno espiritual e fenômeno extraterrestre. O Website citado abaixo trabalha com todas as teses propostas para o fenômeno. Disponível em . http://www.transcomunicacao.net/index.php? option=com_content&view=article&id=158&Itemid=85.
29 Depoimento oral de J. Toledo em entrevista para a realização do videodocumentário Hilda Humana
Hislt (PEREIRA, Bernadetth Maria et all, 2002). Hilda comunicou a pesquisa aos físicos César Lattes e Newton Bernardes, seus amigos. Escutou deste último: “Isso, sendo verdade, teríamos que sentar na
calçada e repensar toda a física” (MORA FUENTES, J. L in Portal Cultural Hilda Hilst – O Vermelho da
Vida).
30 Hilda Humana Hilst. Coordenação geral: Paulo Bastos Martins. Idéia do tema: Fabiano Silvestre. Equipe de produção: Áurea Regina de Sá, Bernadetth Maria Pereira, Carlos Alberto Ferreira Tenreiro, Dionísio dos Santos Jr., Erika Blaudt, Fabiano Silvestre, Giovanna Boni, Helenita Sommerhalder, João Batista Melo, Leonardo Rossi Lazzari. Coordenação de edição: Bernadetth Maria Pereira, Giovanna Boni, Helenita Sommerhalder. Imagens: Celso Palermo, Roberto Roldan. Edição de imagens: Roberto Roldan. Departamento de Multimeios-Instituto de Artes - Unicamp – Campinas – SP - 2002. 1 fita de vídeo Super VHS Profissional (52 min.)

Como quem manda um e-mail, um quindim ou uma carta perfumada...



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Literatura boca-suja de Hilda Hilst no cinema


Perdoa-me, Cordélia, mas a não ser tu, minha irmã e tão bela, não tive um nítido e premente desejo por mulher alguma. Mas sempre gosto de ser chupado. Então às vezes seduzo algumas de beiçolinha revirada. Mas o falo na rosa, nas mulheres, só in extremis
Gosto de corpos duros, esguios, de nádegas iguais àqueles gomos ainda verdes, grudados tenazmente à sua envoltura. Gosto de cu de homem, cus viris, uns pêlos negros ou aloirados à volta, um contrair-se, um fechar-se cheio de opinião. 
E as mulheres com seus gemidos e suas falações e grandes cus vermelhuscos não me atraem. Bunda de mulher deve dar bons bifes no caso de desastre na neve.
Quanto a Albert. Tem 16 e é mecânico. Não faças essa cara e não rias. Se tu o visses, teus grandes e pequenos lábios intumesceriam de prazer, assim como intumesciam sob os meus dedos quando eu os tocava fingindo esmigalhar as polpinhas rosadas.
Irmanita, vê só: estava tenso teso escorregadio.
(Hilda Hilst - Cartas de Um Sedutor) 




Um poema que ganhei, posso publicá-lo?

Beijos adjetivados


Intensos e excessivos
Demorados, alongados e curtidos
Molhados, licorosos, aquosos e lambidos
Famintos, gulosos, apetitosos e carnívoros
Contínuos, repetidos e seguidos
Apaixonados e superlativos

Darei em você
ad infinitum

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Uvas em sua boca


Tornei-me uma mulher repulsiva ou docemente pornográfica e desejável? Quem me achar repulsiva é muito fresco, e de gente fresca eu estou cheia até a tampa! Gente reprimida que não devia se dar ao trabalho de trepar... Que nem pensar que sexo é meter o pau em qualquer orifício e fica socando com arritmia. Não, tem que encaixar e fazer movimentos suaves, “quase como o amortecedor de um Rolls –Royce”. Solavancos têm certo efeito, mas não é o quesubstância ao sentir. As bombadas são como efeitos especiais, às vezes produzem até sons engraçados, mas nãopara ficar nisso a trepada toda. Não preciso dizer isso a você, que é um gênio na arte de foder, magnífico, brilhante, primoroso. Entre todos os homens que conheço você é de longe o melhor. Acredito modestamente que eu tenha contribuído para este seu desempenho, ou aprendemos juntos. Os anos fizeram de você um homem arrebatador, um verdadeiro especialista na arte de satisfazer uma mulher. Salvo seus dias de crise, quando sinto uma frieza implacável emergir em seus gestos e palavras, não tenho nada do que me queixar (como diria Noel Rosa referindo-se ao seu queixo minúsculo). Você é uma pessoa carinhosa e atenta aos detalhes, a delicadeza tem seu lugar em sua personalidade; ao mesmo tempo é enérgico e afirmativo, resoluto. Uma perfeita mistura entre feminilidade e masculinidade, isso faz a diferença num homem e encanta qualquer mulher. Você pode ter a mulher que quiser neste mundo, e sabe disso. Não porque todas as pessoas sejam seduzíveis, mas porque você seduz naturalmente. Tem um riso entre tímido e brejeiro, umas pernas incríveis e uma bunda queaté vontade de comê-la de tão linda. Sem falar de seu membro: cabeça grossa e avermelhada hum... Deus me perdoe, mas não posso mais pensar em você sem desejar sua vara entranhada em algum buraco do meu corpo e depois irrigando-me fartamente com uma bela esporrada.
Com este texto sobre você eu agencio facilmente uma amiga para uma ménage a trois. A intenção é nobre: dar a você um dia de rei. Mulher gosta de ser submissa? Talvez em alguns momentos, na cama. Mas descobri que a essência responsável por esta má interpretação da natureza feminina é o desejo que sentimos de servir, satisfazer, agradar ao homem amado. Há alguns anos eu escrevi a você umas palavras que jamais esqueci e que repeti mentalmente varias vezes tentando decifrar o que queriam dizer de verdade. Mais ou menos assim: “farei de você um sultão, meu, possuindo em mim todas as mulheres do mundo”. Não sei como consigo me lembrar de ter escrito isso, mas me lembro até da cor da tarde em que em decidi te escrever. Eu tinha vinte e poucos anos, era vidrada em você e não sabia a diferença entre amor ao sujeito e ao objeto. Precisei sofrer muito para aprender que a posse não deve existe e que a pretensão de possuir alguém é um veneno inalado inutilmente.
Hoje, sentindo-me tantas mulheres em uma, continuo a repetir o verso, mas sei que sua função é simbólica. Não posso ser suficiente para você, nem para ninguém, mas posso ser uma mulher melhor sempre e se isso incluir um harém para você, meu rei, serei a primeira a dar-lhe o gosto desta vivência. Servirei as uvas em sua boca enquanto ordenarei às outras: “chupem-no insaciavelmente!”.      

                    

A Cópula - Manuel Bandeira

O poeta modernista Manuel Bandeira (Recife, 1886 - Rio de Janeiro, 1968) pode ser reconhecido pela forma simples e direta com que escreveu. Seu lirismo (ver Porquinho-da-Índia, Poemeto Erótico e outros) e, por vezes, senso de humor apurado (ver Pneumotórax) o colocam entre os poetas mais singelos e encantadores da literatura brasileira.
Sua obra é permeada por uma melancólica angústia,associada à resignação de quem tem consciência da morte eminente. Isto porque, desde a infância, sofria de tuberculose e passou a vida tratando-se com médicos que o colocavam entre uma das próximas vítimas da doença. Contudo, contrariando as estatísticas, Bandeira sobreviveu dia após dia, exaltando a efemeridade/inutilidade da vida (ver Belo Belo, Andorinha e outros).
A tuberculose tirava-lhe o fôlego, ao mesmo tempo que enchia-lhe de dores e febres. Além de doente, Bandeira era considerado feio para os padrões da época e declarava ser comumente preterido pelas mulheres. Era mais agradável, portanto, construir um mundo de fantasias em que tanto o amor quanto a vida eram possíveis sem dor (ver Vou-me embora pra Pasárgada, Brisa e outros).
O lirismo, simplicidade e aparente ingenuidade de seus poemas de amor são marcas singulares de sua obra. Porém, o poema abaixo transcrito, intitulado A Cópula, surpreende os leitores pela imagem fortemente pornográfica que evoca. Em irreparáveis versos alexandrinos, possivelmente representa a única incursão conhecida (por poucos) deste grande poeta erótico e liríco nos terrenos da pornografia (Antologia Pornográfica: de Gregório de Mattos a Glauco Mattoso / Alexei Bueno – Nova Fronteira, 2004).  



Depois de lhe beijar meticulosamente
o cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,
o moço exibe à moça a bagagem que trouxe:
culhões e membro, um membro enorme e turgescente.

Ela toma-o na boca e morde-o. Incontinenti,
Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente

Que vai morrer: - "Eu morro! Ai, não queres que eu morra?!"
Grita para o rapaz que aceso como um diabo,
arde em cio e tesão na amorosa gangorra

E titilando-a nos mamilos e no rabo
(que depois irá ter sua ração de porra),
lhe enfia cona adentro o mangalho até o cabo.
                                                                            (Manuel Bandeira)
                           

terça-feira, 19 de junho de 2012

Lamento de uma puta abandonada



Meu amor, que foi amor, ojeriza e tesão. Gostava, eu gostava de você.
Não te tenho mais. Nesse quarto de meretriz, ainda guardo suas camisinhas usadas.
Aquela mulher, aquela outra mulher. Pois é, eu cobro, ela não. Pois é, você virava os olhos comigo. Foi bom enquanto te chupei, foi bom gozar com você ouvindo Jimi Hendrix.
Mas você resolveu partir. E eu deixei. Era um gozo sincero. Você, como todos os outros, me comeu e deu o fora. Mas você ainda me come com sua imaginação de poeta. Eu sinto raiva de você, mas eu te amo, meu amor. Sou uma puta sentimental, você sabe disso, não sabe?
Quero que guarde esse lamento na cueca, na cueca que você estiver usando na hora da foda com sua moça. Não se abandona uma vagabunda assim, rapaz.
Saiba que na última vez em que trepamos, eu não me lavei. Não me lavei apenas pra ficar com sua porra no meu corpo por mais tempo. Para ficar com o cheiro do seu suor não me lavei.
Eu preciso te sentir. Mas, escolha entre o amor safado de uma meretriz e um namoro falido de uma pudica frígida...
Escolha, meu amor.
Se tiver dúvidas, eu te ajudo.
Estou no chão, no banheiro, na cama lembrando de nós dois juntos.
Quando estou dando pra outros caras, chamo seu nome.
Sou uma puta sentimental e te amo. Nenhum pau é igual ao seu, nenhum.
Nenhum gemido tem o timbre do seu, nenhum.
E aí? Sem você aqui? E aí.
As veias do seu cacete têm o mesmo tamanho das veias do meu coração.
E agora choro, de raiva e de alegria. Te forneci tanto prazer, você me deu tanta dor.
Lembra da nossa primeira vez? Você tirou meu cabaço.
Te dei o primeiro cu de sua vida.
Vou parar de escrever. Tenho cliente marcado para daqui meia hora.
Decida, meu amor. Ou a puta ou a pudica.


Muitos beijos.

(Ladmira e Juliet Jaguar)



Provocação às esposas e aos maridos mal amados


Mulher que é esposa, se for esperta, até prefere que o marido não telefone toda noite quando está fora. Ela quer mesmo é se sentir livre... E quando desconfia que ele está distante porque tem outra, muitas não hesitam em dizer: “acho até bom que ele tenha alguém para apagar o fogo, eu num aguento mais!”. E algumas amigas são solidárias: “pior que é bem por ai... Lá em casa eu vivo inventando desculpas para não transar com ele, mas o danado tem um apetite que deus me livre! Tem horas que eu até preferiria se ele saísse com outra na rua e voltasse para casa mais calmo. Não é todo dia que a gente tá a fim, né?”. No fundo elas sabem que eles se apaixonam por outras que dão a eles o prazer que elas não estão dispostas a dar, mas não se separam delas porque todo homem precisa de uma mulher que mais pareça sua mãe, seja pelos seios fartos, seja pela autoridade de quem sabe que, mesmo aprontando fora, o patife sempre volta para pagar as contas, peidar enquanto dorme, dormir enquanto ronca e, o que é pior, para transar com elas (as esposas) sem o menor esforço de cortejá-las. 
Mulher que é esposa raramente acorda o marido com uma chupada ao amanhecer ou de madrugada! Aliás, quer deixar uma mulher irada? Acorde-a com um cabo de vassoura no meio das costas, cutucando de levinho... Ela vai logo resmungar: “me deixe dormir seu tarado. Aposto que estava sonhando com a sua secretária e agora vem com este pinto duro pro meu lado!”.
Quem acorda homem com uma bela chupada é a namorada, a noiva, a amante... Estas sim fazem questão de telefonemas, de torpedos no meio do dia, de e-mails que são verdadeiras cartas.
Marido só liga pra esposa quando está em viagem para pedir favores ou para lembrá-la de pagar uma conta. Homem liga pra outra que não seja sua mulher para falar de como é o apartamento, o chuveiro, a cama do hotel... E se falou em cama, já está a fim de uma sacanagem...
Toda esposa sabe quando o seu marido está pulando cerca, mas não se importa porque sabe também o poder que exercer sobre ele. Ela sabe que mesmo ele transando com outra, certamente mais magra, mais gostosa e mais linda do que ela, ele não vai abandoná-la assim tão fácil, por uma paixãozinha. Ela sabe que bestas são as outras mulheres que se submetem ao papel de amante, porque além de transarem com eles (coisa que elas poucas vezes querem de fato fazer), as bobinhas nunca passam com seus amados as festas de natal ou reveillon, nem viajam com eles para a Europa e, se viajassem, muito provavelmente prefeririam ficar trancadas num quarto de hotel ao invés de passear e fazer compras! “Veja que ridículo!”, pensa a esposa, “ao voltar, alguém perguntaria das fotos e ela não teria nada a mostrar, porque ele obviamente não se deixaria fotografar. O que ela foi fazer lá então? Amour???”. Por isso que marido leva a esposa para as viagens, porque para trepar não precisa ir tão longe; o que interessa são outras coisas, outras culturas. Além disso, uma mulher feia dá muito menos preocupação andando leve e solta fazendo turismo. Mulher bonita é um inferno para o homem, ainda mais se não for sua esposa!
Por falar em esposa, lembrei-me de uma conversa que tive com um amigo casado. Até onde sei, ele é autor da célebre frase: “mostre-me uma mulher casada que eu lhe mostrarei uma mulher mal comida!”. E ele ainda completou: “isso inclui a minha mulher”.
Tenho dúvidas se as mulheres casadas querem realmente atenção dos seus homens. Parece-me que o que elas querem são filhos! Ora, elas sabem que eles ficam sem telefonar cinco dias mas sempre retornam com o rabinho entre as pernas e as algum presentinho na mala. Sabem que eles precisam dos boletos bancários, das correspondências, de todos os seus pertences... E isso os fará ir diretinho pra casa. Melhor ainda se tiverem filhos, aí os marmanjos se derretem... Elas (as esposas) são muito espertas! Estão certas de que mesmo que eles tenham feito sexo loucamente com outra, como raras vezes ou nenhuma fizeram no casamento, a próxima viagem em família para a Europa já está marcada. E quem irá com o maridão?! Exatamente ela, a mulher que mais despreza seus telefonemas, que menos anseia por sua volta, que confessa às amigas preferir um edredon ao corpo do seu homem. Sim, quem irá acordar todas as manhãs ao lado dele será a esposa. Aliás, acordará mais excitada com a viagem do que com o pau duro roçando-lhe a bunda.
Depois a gente não sabe porque homem se apaixona por mulher que acorda com vontade de chupar piroca!

As mulheres gulosas

As mulheres gulosas
que chupam picolé
— diz um sábio que sabe —
são mulheres carentes
e o chupam lentamente
qual se vara chupassem,
e ao chupá-lo já sabem
que presto se desfaz
na falácia do gozo
o picolé fuginte
como se esfaz na mente
o imaginário pênis.

(Carlos Drummond de Andrade - O Amor Natural)

                           

A carne é triste depois da felação


A carne é triste depois da felação.

Depois do sessenta-e-nove a carne é triste.

É areia, o prazer?

Não há mais nada após esse tremor?

Só esperar outra convulsão, outro prazer tão fundo  na aparência, mas tão raso na eletricidade do minuto?

Já dilui o orgasmo na lembrança e a gosma escorre lentamente de tua vida

(Carlos Drummond de Andrade - O Amor Natural)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Degustação

Já não penso mais em você
Perdi todo senso de ponderação
Sua presença é algo que me domina
Sendo memória, sonho e imaginação.

Já não penso mais em você
Eu acordo você
Como e bebo você
Vivo você dia e noite
E para te esquecer durmo.

Porém, sonho você
E amanheço molhada de suor
E de prazer.

Escolhas

Foto: Lucien Clergue
                      

Nossas vidas apartadas
Paralelas, desencontradas
Ou
Nossas vidas cruzadas
Unidas, atreladas.
Não importa a rima
Se esta é nossa sina:
Nossas vidas
Pelo amor perpassadas.

Ponto de vista masculino


Hoje imprimi este seu poema e acabo de relê-lo deitada em minha cama, aqui mesmo onde você se deitou, onde você me comeu, onde me encoxou, me despiu, me lambeu... Estou do jeito que você gosta: com uma camiseta bem grande e sem nada por baixo. A camiseta é sua! A mesma que vestiu, que suou, a mesma com que me abraçou depois de processar minha perda. Relendo seu poema, esta noite, foi que percebi as pequenas mudanças que você fez, poeta. São detalhes que falam muito de nós dois, do nosso jeito de fazer a coisa... Se eu te derreto, tu me derretes, derretemos um no outro e ontem quando li isso, mesmo sem notar o ajuste, fiquei aqui derretida na cama, pensando em você e encontrando entre minhas pernas uma fresca espuma que não parava de jorrar. Li aqueles “tu gozas” como se fossem uma ordem para que eu gozasse pensando em você... E gozei mais de uma vez com meus dedos, com minhas coxas, com o vento, com suas roupas, com a sua poesia penetrante me ordenando: goze! Queria que você espiasse meu desespero em gozar ao ler seus escritos. Fiz tudo de um jeito inédito e ao final pensei o que só então pensava quando em sua companhia: “foi a melhor de todas!”. Estou relutando em dar detalhes, mas não sei o porquê do meu comedimento... Aliás, confesso que estou ensaiando para te escrever a respeito desde ontem a noite, sendo esse o maior motivo desta carta indecorosa.
Busquei com as mãos o úmido subterrâneo da vagina, antes, percorri os pêlos com as pontas dos dedos trêmulos de desejo. Concentrei-me na pontinha do meu sexo, massageando-o com a pressão de apenas um dedo, o médio. Deslizei-o até a entrada da buceta, já bem molhada e quente. Antes de enfiar dois dedos no buraco que parecia se contrair, lambuzei-os com a espuma que escorria e voltei ao ponto inicial, lubrificando o clitóris e assim esfregando-o mais. Senti que ficava inchado, como se eu estivesse tendo uma ereção clitoriana, nem sei se isso existe, mas estava latejando e crescendo. Alternei as idas e vindas até a buceta, para buscar mais um caldinho viscoso, com suaves metidas de dedos nela e uns tapinhas com a palma da mão no órgão como um todo. Cada vez que eu dava um tapinha nela, imaginava-me falando para você: “vem aqui vem... enterra logo este pau delicioso na minha bucetinha”. Num ritmo mais acelerado toquei o pontinho estratégico onde o prazer vaginal se concentra. Esfreguei mais, tudo já bastante melado, fiz movimentos circulares e rítmicos, imprimi minhas digitais em cada milímetro desse refúgio feminino. Sem cessar, enfiei os dedos da outra mão na minha buceta. Eram as duas mãos tentando juntas substituir você. Enfiava e tirava os dedos, primeiro um a um, depois dois e três, enquanto dava ao clitóris sua dose de fricção necessária ao gozo. E gozei gostoso, apertando tanto os dois dedos que estavam dentro da vagina que os senti doloridos ao retirá-los de lá. Fiquei toda encharcada... senti escorrer algo entre o rego que leva à outra porta do prazer e não me contive em esfregar-me toda, passando os dedos entre um buraco e outro até começar a bolinar também meu cuzinho com o dedo. Estranhei a princípio o gesto, mas imaginei que não era eu a fazer isso e sim você. Lembrei-me daquela novidade que foi você me tocar com os dedos os dois buracos e ainda o clitóris. Imitei você, exatamente como repetiria se estivesse comigo, e posicionei um dedo em cima, dois no meio e, com a outra mão passando por trás, enfiei um dedinho bem no meu cú. Às vezes, ia até a buceta buscar o líquido abundante e levava até a bunda, para meu cuzinho que, na verdade, é só seu. Brinquei mais um pouco com meu corpo até gozar novamente, gemendo e pronunciando seu nome. Foi assim, meu amor-gostoso, que gozei repetidas vezes, sozinha, pensando que era você a me encoxar, me despir, me chupar, me lamber, me apertar, me meter, me enfiar, me arregaçar, me esporrar, me derreter...     

Conjugações sexuais
(presente simples)

Eu encoxo
tu empinas
Tu me despes
eu te dispo
Tu exibis
eu enrijeço
Tu chupas
Eu gemo
Eu chupo
tu umedeces
Eu lambo
tu gozas

Tu arreganha
eu enterro
Eu aperto
tu gemes
Eu arranho
tu mias
Tu viras
eu meto
Tu côncavo
eu convexo
Eu gemo
tu gozas

Tu ofereces
eu rio
Eu enfio
tu sofres
Eu recuo
tu relaxas
Eu arregaço
tu gozas

Eu suo
tu suas
Eu (re) chupo
tu (re) chupas
Eu me levanto
tu  te ajoelhas
Tu pedes
eu bato
Eu gozo
tu bebes
Eu te derreto
tu me derretes